Solidão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(6)
Linha 49: Linha 49:
== 6 ==
== 6 ==
-
" - ... mulheres como eu nunca deviam se casar. Somos independentes o bastante para nos virarmos sozinhas. Mas não independentes o bastante para sermos capazes de apoiar aqueles com quem casamos. A [[solidão]] é nossa única opção.
+
:"— [...] mulheres como eu nunca deviam se casar. Somos independentes o bastante para nos virarmos sozinhas. Mas não independentes o bastante para sermos capazes de apoiar aqueles com quem casamos. A solidão é nossa única opção.
-
: - O que acha que é a solidão? Uma [[serenidade]] tranquila? Uma segurança inviolável? Isso é uma [[ilusão]], Cissi. A verdadeira solidão é um ato de [[coragem]], atrás do qual um medo constante se oculta, um medo constante, Cissi."
+
: O que acha que é a solidão? Uma [[serenidade]] tranquila? Uma segurança inviolável? Isso é uma [[ilusão]], Cissi. A verdadeira solidão é um ato de [[coragem]], atrás do qual um medo constante se oculta, um medo constante, Cissi."
Linha 57: Linha 57:
: BERGAMAN, Ingmar. No filme: ''No limiar da vida''. Suécia, 1958.
: BERGAMAN, Ingmar. No filme: ''No limiar da vida''. Suécia, 1958.
-
 
-
 
== 7 ==
== 7 ==

Edição de 01h21min de 18 de Agosto de 2017

1

"E ninguém é eu. E ninguém é você. Esta é a solidão" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973, p. 41.

2

Solidão é o isto do eu sendo. Portanto, sem predicativos, a não ser os transcendentais que lhe são próprios. Solidão não é angústia, é o deixar-se tomar pela vigência do silêncio, pela plena instância do repouso. Então o eu é sem existência nesta ou naquela forma de relação ou função, porque, ao não ter nem poder ter predicativos, nunca se pode tornar um tu do eu, nem um eu do tu (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Fundar e fundamentar. In: Pensamento no Brasil, v.I. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 218.

3

"Nunca fui solitária, nem quando estive sozinha, nem acompanhada. Mas eu teria gostado de ser solitária. Solidão significa o seguinte: finalmente estou inteira. Agora posso afirmar isso, pois agora me sinto solitária" (1).


Referência:
(1) WENDERS, Wim. No filme Asas dos desejo, 1987. Fala da personagem Marion (Solveig Dommantin).


4

A solidão é o diálogo da finitude na qual sendo o que somos já estamos lançados. Finitude é posição de ser e estar, de estar e ser, dialeticamente. A solidão poderá ser positiva e libertadora, desde que nela haja uma aprendizagem: não a de ser só, mas a de só ser.


- Manuel Antônio de Castro.


5

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade. Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio. Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza. Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância. Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma..." (1)


(1) Francisco Buarque de Holanda / Chico Buarque. Copiado de um email.


6

"— [...] mulheres como eu nunca deviam se casar. Somos independentes o bastante para nos virarmos sozinhas. Mas não independentes o bastante para sermos capazes de apoiar aqueles com quem casamos. A solidão é nossa única opção.
— O que acha que é a solidão? Uma serenidade tranquila? Uma segurança inviolável? Isso é uma ilusão, Cissi. A verdadeira solidão é um ato de coragem, atrás do qual um medo constante se oculta, um medo constante, Cissi."


Referência:
BERGAMAN, Ingmar. No filme: No limiar da vida. Suécia, 1958.

7

"Trata-se da solidão. Em verdade, nas grandes cidades, o homem consegue isolar-se, como mal chega a fazer em qualquer outro lugar. Mas lá em cima nunca é possível isolar-se. Pois a solidão traz consigo a força primigênia que não nos isola, mas lança toda existência na proximidade profunda de todas as coisas" (1)


Referência:
HEIDEGGER, Martin. Por que ficamos na província? - 1934-. In: Revista de cultura Vozes, n. 4, 1977, ano 71, p. 44.
Ferramentas pessoais