Renúncia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:No ensaio "O caminho do campo" (1), Heidegger diz um determinado momento em que há necessidade de renúncia. Mas que a renúncia não tira, dá. Este [[paradoxo]] essencial ocorre porque o viver e o experienciar se dão na liminaridade do [[entre]]. E esta se dá como [[sentido]] que é o caminho do ser. Porém, o caminho implica sempre o "entre": entre vida e morte, finito e não-finito, verdade e não-verdade, livre e não-livre, ação e não-ação. A renúncia é a [[disciplina]], não do sistema pelo sistema, mas do ''metá-hodós'' do ser. Nisso, e só nisso, consiste a ascese da renúncia pela qual se mede a [[medida]] – e isto é a renúncia – do [[ser]] – e isto dá o sentido do ser.
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:No ensaio "O caminho do campo" (1), Heidegger diz em determinado momento que há necessidade de renúncia. Mas que a renúncia não tira, dá. Este [[paradoxo]] essencial ocorre porque o viver e o experienciar se dão na liminaridade do [[entre]]. E esta se dá como o [[sentido]] do caminho do ser. Porém, o caminho implica sempre o "entre": entre vida e morte, finito e não-finito, verdade e não-verdade, livre e não-livre, ação e não-ação. A renúncia é a [[disciplina]], não do sistema pelo sistema, mas do ''metá-hodós'' do ser. Nisso, e só nisso, consiste a ascese da renúncia pela qual se mede a [[medida]] – e isto é a renúncia – do [[ser]] – e isto dá o sentido do ser.
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "O caminho do campo". In: ''Revista de Cultura Vozes''. Petrópolis: 4, 1977, 71, pp. 326-8.
:(1) HEIDEGGER, Martin. "O caminho do campo". In: ''Revista de Cultura Vozes''. Petrópolis: 4, 1977, 71, pp. 326-8.
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Edição de 21h39min de 21 de Setembro de 2012

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No ensaio "O caminho do campo" (1), Heidegger diz em determinado momento que há necessidade de renúncia. Mas que a renúncia não tira, dá. Este paradoxo essencial ocorre porque o viver e o experienciar se dão na liminaridade do entre. E esta se dá como o sentido do caminho do ser. Porém, o caminho implica sempre o "entre": entre vida e morte, finito e não-finito, verdade e não-verdade, livre e não-livre, ação e não-ação. A renúncia é a disciplina, não do sistema pelo sistema, mas do metá-hodós do ser. Nisso, e só nisso, consiste a ascese da renúncia pela qual se mede a medida – e isto é a renúncia – do ser – e isto dá o sentido do ser.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "O caminho do campo". In: Revista de Cultura Vozes. Petrópolis: 4, 1977, 71, pp. 326-8.

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Quem não tiver a coragem da renúncia ao falatório fácil e consumista, quem não aprender a falar tão-somente a partir da experienciação do silêncio, nunca poderá chegar a ser o que propriamente é. A renúncia conduz ao silêncio e produz pelo educar da fala e da escuta o que cada um é.


- Manuel Antônio de Castro.