Imagem

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 19h57min de 13 de Setembro de 2009 por Jun (Discussão | contribs)

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"O poeta nomeia as coisas: estas são plumas, aquelas são pedras. E de súbito afirma: as pedras são plumas, isto é aquilo. Os elementos da imagem não perdem seu caráter concreto e singular: as pedras continuam sendo pedras, ásperas, duras, impenetráveis, amarelas de sol ou verdes de musgo: pedras pesadas. E as plumas, plumas: leves. A imagem resulta escandalosa porque desafia o princípio de contradição: o pesado é ligeiro. Ao enunciar a identidade dos contrários, atenta contra os fundamentos do nosso pensar" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1972, p. 38.


Ver também:


2

"Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens'" (1). A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: O olhar. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65.


3

"O nome que se costuma dar à fisionomia e ao aspecto de alguma coisa é 'imagem'. A essência da imagem é: deixar ver alguma coisa. Por outro lado, as reproduções e imitações são deformações da imagem propriamene dita que, enquanto fisionomia, deixa ver o invisível, dando-lhe assim uma imagem que o faz participar de algo estranho. Tomando essa medida cheia de mistério, a saber, a fisionomia do céu, a poesia fala por 'imagens'. Assim e num sentido muito privilegiado, as imagens poéticas são imaginações. Imaginações e não meras fantasias ou ilusões. Imaginações entendidas não apenas como inclusões do estranho na fisionomia do que é familiar, mas também como inclusões passíveis de serem visualizadas. O dizer poético das imagens reúne integrando a claridade e a ressonância dos muitos aparecimentos celestes numa unidade com a obscuridade e a silenciosidade do estranho".


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 177.


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