Espaço

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h23min de 27 de Junho de 2011 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Espaço é, essencialmente, o fruto de uma arrumação, de um espaçamento, o que foi deixado em seu limite. O espaçado é o que, a cada vez, se propicia e, com isso, se articula, ou seja, o que se reúne da forma integradora através de um lugar, ou seja, através de uma coisa do tipo da ponte. Por isso, os espaços recebem sua essência dos lugares e não 'do' espaço" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 134.


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Pelo domínio dos conceitos ciéntíficos, onde domina a percepção de tudo que nos cerca e constitui o universo, o espaço ficou reduzido a um significado dominante, perdendo-se seu sentido mais profundo, o humano, que precede toda e qualquer determinação conceitual da ciência. Preceder diz aí possibilitar esses conceitos, sem que eles abarquem toda a realidade. É o caso muito importante em nossa vida de algo fundamental: o espaço. Este em seu sentido originário, manifestação do humano no vigorar da physis é lugar, é habitação. Diz Heidegger: "Aquilo em que uma coisa devém é o que chamamos "espaço". Os gregos não possuem nenhuma palavra para dizer "espaço". Isso não é mero acaso. Fizeram a experiência do que é "espacial" não a partir da extensão, mas do lugar (topos), como chora. Chora não significa nem lugar nem espaço e, sim, o que é tomado e ocupado pelo que está em si mesmo. O lugar pertence à própria coisa em si mesma. As diversas coisas, cada uma tem seu lugar próprio" (1). O espaço como lugar torna-se algo que vigora a partir do próprio. Então a questão do espaço é a questão do próprio. O que é o próprio?


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 94.