Discurso

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 06h50min de 4 de Maio de 2012 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"O dis-curso é o limiar de todo o ser humano, pois podemos tanto atentar para o dis- como para o -curso, mas sem cair numa dicotomia. O dis- ao fazer separação estabelece os limites e, como limite, pode se entender e determinar o discurso como razão, uma medida, uma constante. Ora, o parâmetro com que se tem medido e com que se investe contra o silêncio do pensamento são as possibilidades e os re-cursos de determinado modo de ser, o modo de ser discursivo da razão e da operação. Toda dificuldade não está, pois, na obscuridade do silêncio, mas na resistência em se alterar o paradigma que até então dominou toda a compreensão a serviço do conhecimento. Considera-se, portanto, o silêncio do pensamento obscuro porque é difícil livrar-se dessa dominação discursiva da razão" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento do silêncio". In: SHUBACK, Márcia C. (org.). Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 241.


2

"O discurso não é, pois, um fato qualquer e acidental na evolução de um mamífero inteligente. É uma atitude radical, o lugar de convergência e divergência,de concentração e difusão da Linguagem. Toda criação artística, toda produção filosófica é discurso de alguma língua" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 64, jan.-mar., 1981, p. 42.


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"Discursar é concorrer para ser mais originariamente a própria mortalidade, percorrendo todo o agir da comunhão de vida e morte, de vivência e mortificação. Este concurso discursivo se exerce discutindo situações e desafios, meios e afazeres, relacionamentos e emergências, em uma palavra, o concurso discursivo discute as peripécias de realização do homem no mundo. O discurso é o modo de ser que distingue o homem de todos os demais seres. No discurso e pelo discurso o homem chega a si mesmo enquanto ser-com e ser-para o outro de si e dos outros. Discursar é relacionar-se consigo e com os outros em alguma coisa no vazio deixado pela Linguagem" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 64, jan.-mar., 1981, p. 42.
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