Crítica

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Quando numa leitura de um poema, de uma obra poética, há um [[desdobramento]] de sentido e fala do dizer da poesia, está acontecendo o discernimento crítico-poético (o verbo ''cerno'', de onde se forma ''dis-cerno'', discernir, tem a mesma raiz do verbo grego ''[[krínein]]'', de onde vem criticar). Quando Heidegger diz que a [[obra]] em seu operar espera pelo [[desvelo]] nas leituras dos leitores, epocalmente acontecendo, ele está dizendo que a crítico-poética é o operar desvelante nos desvelos dos leitores. Num tal criticar,  não basta conhecer emitindo juízos, é também necessário ser o que se conhece. Ser o que se conhece é agir eticamente, que é ação que toma como [[medida]] o [[ser]]. Por isso, no [[juízo]] do poético-criticar o dizer deve se mover e ser movido pela essência do agir-poético. Isto é, o [[ético]].
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:Quando numa leitura de um poema, de uma obra poética, há um [[desdobramento]] de sentido e fala do dizer da poesia, está acontecendo o discernimento crítico-poético (o verbo ''cerno'', de onde se forma ''dis-cerno'', discernir, tem a mesma raiz do verbo grego ''[[krínein]]'', de onde vem criticar). Quando Heidegger diz que a [[obra]] em seu operar espera pelo [[desvelo]] nas leituras dos leitores, epocalmente acontecendo, ele está dizendo que a crítico-poética é o operar desvelante nos desvelos dos leitores. Num tal criticar,  não basta conhecer emitindo juízos, é também necessário ser o que se conhece. Ser o que se conhece é agir eticamente, que é ação que toma como [[medida]] o [[ser]]. Por isso, no [[juízo]] do poético-criticar o dizer deve se mover e ser movido pela essência do agir-poético. Isto é, o [[Ética|ético]].
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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''A Origem da Obra de Arte''. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. Lisboa: Edições 70, 2008.
:(1) HEIDEGGER, Martin. ''A Origem da Obra de Arte''. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. Lisboa: Edições 70, 2008.
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Edição de 04h29min de 30 de Abril de 2009

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Quando numa leitura de um poema, de uma obra poética, há um desdobramento de sentido e fala do dizer da poesia, está acontecendo o discernimento crítico-poético (o verbo cerno, de onde se forma dis-cerno, discernir, tem a mesma raiz do verbo grego krínein, de onde vem criticar). Quando Heidegger diz que a obra em seu operar espera pelo desvelo nas leituras dos leitores, epocalmente acontecendo, ele está dizendo que a crítico-poética é o operar desvelante nos desvelos dos leitores. Num tal criticar, não basta conhecer emitindo juízos, é também necessário ser o que se conhece. Ser o que se conhece é agir eticamente, que é ação que toma como medida o ser. Por isso, no juízo do poético-criticar o dizer deve se mover e ser movido pela essência do agir-poético. Isto é, o ético.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. A Origem da Obra de Arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. Lisboa: Edições 70, 2008.

2

"Etimologicamente, crítica provém do verbo grego krinein, cujo primeiro sentido é 'separar para distinguir' o que há de característico e constitutivo. Essa separação distinta se exerce, remontando à ordem dos fundamentos constituintes e por isso elevando-se a uma ordem superior, à originária" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 164.


Ver também: