Causa
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "Ciência e pensamento do sentido". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002. | :(1) HEIDEGGER, Martin. "Ciência e pensamento do sentido". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002. | ||
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+ | :Podemos distinguir no ente dois modos de o [[compreender]] perguntando por sua proveniência. Se o olhamos do ponto de vista da [[''physis'']], e não há, no fundo, outro modo , podemos constatar que a própria ''physis'' age de uma maneira (e é isto a "causa", o [[agir]], o ''aítion'') dupla: No primeiro momento, todo sendo (ente) chega ao seu [[''télos'']] (realização) a partir de sua [[essência]] originária. Esta é a coisidade da coisa. O outro modo de agir da ''physis'' é aquele que produz um efeito sobre algo. Por exemplo, quando o Sol aquece a semente na Terra e a faz eclodir, quando o frio queima as folhas tenras da planta, quando o vento causa estragos nas casas. A causalidade como efeito de uma ação é apenas um modo derivado do causar originário, do causar enquanto essência do sendo (ente). Então a palavra grega ''aítion'' diz causa em sentido próprio e em sentido derivado. A palavra em grego diz como tal o ''ser devido a''. A tradição retórico-sofística, porém, reduziu-a às relações causais pelas quais a toda causa corresponde um efeito. Para negar esta redução diz-se então que nem todo sendo depende de uma causa, isto é, não depende de uma relação causal dentro de um sistema de [[representação]] e de [[funcionalidade]]. Por exemplo, a obra de arte é sem funcionalidade, porque não está construída em cima de relações causais. Nesse sentido o artista não é a causa da obra. | ||
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+ | :- [[Manuel Antônio de Castro]] |
Edição de 20h12min de 22 de Abril de 2009
1
- "Nos últimos trabalhos de W. Heisenberg, o problema causal se reduz ao problema de uma pura medição matemática do tempo" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Ciência e pensamento do sentido". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.
2
- Podemos distinguir no ente dois modos de o compreender perguntando por sua proveniência. Se o olhamos do ponto de vista da [[physis]], e não há, no fundo, outro modo , podemos constatar que a própria physis age de uma maneira (e é isto a "causa", o agir, o aítion) dupla: No primeiro momento, todo sendo (ente) chega ao seu [[télos]] (realização) a partir de sua essência originária. Esta é a coisidade da coisa. O outro modo de agir da physis é aquele que produz um efeito sobre algo. Por exemplo, quando o Sol aquece a semente na Terra e a faz eclodir, quando o frio queima as folhas tenras da planta, quando o vento causa estragos nas casas. A causalidade como efeito de uma ação é apenas um modo derivado do causar originário, do causar enquanto essência do sendo (ente). Então a palavra grega aítion diz causa em sentido próprio e em sentido derivado. A palavra em grego diz como tal o ser devido a. A tradição retórico-sofística, porém, reduziu-a às relações causais pelas quais a toda causa corresponde um efeito. Para negar esta redução diz-se então que nem todo sendo depende de uma causa, isto é, não depende de uma relação causal dentro de um sistema de representação e de funcionalidade. Por exemplo, a obra de arte é sem funcionalidade, porque não está construída em cima de relações causais. Nesse sentido o artista não é a causa da obra.