Éthos

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 17h28min de 22 de Junho de 2009 por Jun (Discussão | contribs)

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É interessante que como dimensão do agir, temos sempre necessidade da presentificação do éthos, daí a tentação de querer transformar o éthos em moral, princípios, regras, normas. Ocorre que quando dizemos que o éthos é morada do ser, o que estamos afirmando, na verdade, é o éthos como limiar. Daí que ele, ao mesmo tempo que vige na dimensão do visível e sabível e querível e etc, se move também no não-visível, não-sabível, não-querível. O éthos é como tal o limiar, no sentido da medida das medidas, no sentido de que é o E insondável e abismal, pelo qual somos o entre-cruzamento de verticalidade e horizontalidade, o pérvio de toda tra-vessia. Essa é a morada do ser E não-ser, onde como lógos o éthos reúne na poíesis o velar e desvelar da phýsis.


- Manuel Antônio de Castro


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"Tò éthos é a postura, o porte do comportamento do homem frente à totalidade dos entes." (1)
"Por isso, podemos dizer, com algum direito, que o homem é aquele ente, em meio à totalidade dos entes, cuja essência se distingue pelo éthos." (2)
É interessante ver também a relação entre éthos e lógos. (3)


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 218.
(2) Idem, p. 228 e 234.
(3) Idem, pp. 225-7.