Como

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 04h09min de 15 de janeiro de 2009 por Andre Borges (Discussão | contribs)
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O "como", em geral, é entendido em duas dimensões: 1ª o como funciona, ou seja, diz respeito ao padrão de organização e seu funcionamento em cada ente. É um "como" geral e que pré-existe ao funcionamento de uma determinada estrutura enquanto este ou aquele ente; 2ª o como enquanto se constitui, se estrutura, ou seja, que forma toma. Mas note-se que aqui a "forma/estrutura" só é apreensível no funcionar do padrão de organização, ou seja, a determinação da forma está diretamente relacionada à função que preenche dentro da ideia prévia inerente ao padrão de organização. Este prevê a forma que contretiza àquela. A ideia inerente ao padrão de organização pré-representa a estrutura/forma concreta. Há aqui um círculo. O "como" se concretiza aí a partir do "telos" enquanto ideia inerente ao padrão de organização. Temos então um "ob-jeto". A relação entre o padrão de organização e a estrutura de um "ente" vivo será diferente. É que nesse caso o "como" se centraliza no "entre" da relação. Porém, agora, este "como/entre" se realiza em duas dimensões: 1ª como um ente como tal, no caso dos seres vivos; 2ª como o "entre" que se faz presente no ser humano, na medida em que ele é um ser da liminaridade, remetendo para o ser/não-ser, finito/não-finito. Aqui o "como" se dá "como entre" no horizonte da compreensão e da pré-compreensão. Um tal "como/entre" remete para o sentido do ser e do tempo. Na realidade, todo "como" essencial é o como poético-onto-fenomenológico. Este "como" diz respeito às possibilidades de realização histórica do ser humano "como humano" e não simplesmente como um ente entre outros entes. No humano o "telos" consiste no sentido enquanto princípio de possibilidade de levar o finito à plenitude do infinito. Por isso, a morte é um grande mistério, pois é ela que impulsiona o finito para o infinito, enquanto a vida quer trazer o infinito para o finito e plenificá-lo. Nesse entre de vida e morte acontece o "como poético", o como onde se dá o humano do homem.

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