Agir

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 23h55min de 15 de janeiro de 2013 por Profmanuel (Discussão | contribs)

1

Agimos no sentido cultural de produzir, seja intelectual, seja praticamente. São as diferentes produções, ditas hoje, artísticas, técnicas, culturais. Esse agir externalizante ainda não traz em si a questão da essência do agir. E quando a questão surge? Ela precede todo e qualquer agir, mas se torna explícita quando o homem pergunta: "o que é isto -- o agir?". Nesse agir como essência vai estar implicada a essência do ser humano. É no e pelo agir que o ser humano se torna humano. Enquanto essência, ousía, vai estar implicado o ser. A implicação de ser e homem no e pelo agir é o que constitui propriamente o ético.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também:

2

A essência do agir não pode ser definida num conceito, ela é uma questão: A questão pode ser apreendida de uma maneira clara e paradoxal na seguinte afirmação: Cada um faz o que quer e a realidade faz o que quer com cada um. Realidade enquanto essência do agir é o que acontece. À referência ou essência do agir de cada um e de realidade é o que se dá no acontecer poético.


- Manuel Antônio de Castro



3

A essência do agir não é causar efeitos ou fazer surgir, seja lá o que for, na ordem dos entes e nem se dá na correlação de sujeito e objeto. Também não se identifica com o agir causal de agente e paciente. Agir essencialmente é deixar o ser vigorar em tudo que é está sendo.


- Referência:
- CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser e estar". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 19.


4

A Linguagem poética dá um sentido a tudo que é e está sendo. O sentido é o caminho tanto pessoal como da comunidade histórica enquanto sentido do agir. Pelo agir gera-se um caminho que é o sentido da verdade. Verdade nunca é algo, é a realidade se realizando, agindo. Será então necessariamente um agir e realizar poéticos. A verdade da realidade se torna verdade na medida em que a ação eclode como Linguagem poética.


- Manuel Antônio de Castro


5

"Ora, os modos de agir e operar se plantam nos modos de ser e realizar-se. É o impulso que desperta em nós a memória criativa de um princípio aristotélico, o princípio da integração reciprocamente constitutiva de ser e agir: operari sequitur esse: os modos de operar seguem os modos de ser " (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. O esquecimento da memória. In: Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 153: 143/147, abr.-jun., 2003, p. 144.
Ferramentas pessoais