Duplo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 22h59min de 27 de Maio de 2012 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- Só pode haver duplo onde se reduz o acontecer do ser à substantivação causal. No não-causal e verbal o ser nos advém como dobra. A dobra se dá no vigorar do eu e do tu enquanto desdobrarmento e doação do ser, desdobramento de pensar e ser (ver sentença III de Parmênides). No vigorar da dobra é que acontece a aletheia, a verdade. Por isso ela será sempre um entre, um diálogo de ser e pensar, no exercício concreto do krinein, do criticar originário. Krinein diz então o vigorar do sentido do ser no dar-se e destinar-se enquanto verdade. Nesse sentido poético, a crítica não é um exercício epistemológico-racional, mas ontológico. No conhecer epistemológico-racional não acontece ser porque só temos a sua representação causal e substantiva, isto é, dual. O modelo pressupõe o dual, ao passo que a dobra se funda na matriz.