Francisco de Assis

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 12h22min de 4 de Outubro de 2021 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Na história da arte moderna, talvez não exista nenhuma figura como a de são Francisco, com quem tantos grandes mestres sonharam, retratando-o, cada qual à sua maneira, de acordo com esse sonho. Mesmo muito tempo depois da sua morte, ele continuou exercendo profundo e suave poder sobre os ânimos, a ponto de, em certo momento, tornar-se o preferido de todos os artistas" (1).


Referência:
(1) HESSE, Hermann. Francisco de Assis. Trad. Kristina Michahelles. Rio de Janeiro / São Paulo: Record, 1. e., 2019, p. 59.

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"Se alguém me perguntasse "mas como podes chamar aquele Francisco de grande poeta, se ele não nos legou nada mais do que a canção Laudes Creaturarum, eu responderia: ele nos deu as imagens imortais de Giotto, belas lendas e as canções de Jacopone e de todos os outros, além de mil obras preciosas que, sem ele e o secreto poder de amor de sua alma, jamais teriam surgido. Ele foi um daqueles grandes seres enigmáticos, um dos mais antigos que, inconscientemente, ajudaram a construir a obra gigantesca e milagrosa chamada Renascença, ou seja, o renascimento do espírito e das artes" (1).
Em latim: Laudes Creaturarum, em português: Cântico das Criaturas. Conheça-o na próxima entrada, onde o transcrevo, traduzido para o português. Na realidade, ele o escreveu em um latim popular, base da futura língua italiana.


Referência:
(1) HESSE, Hermann. Francisco de Assis. Trad. Kristina Michahelles. Rio de Janeiro / São Paulo: Record, 1. e., 2019, p. 60.

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" Cântico das criaturas

São Francisco de Assis (1181-1226)

Altíssimo, onipotente, bom Senhor! Teus são o louvor, a glória, a honra e todas as bênçãos; a ti somente, Altíssimo, eles convêm e nenhum homem é digno de te nomear

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, Especialmente o senhor irmão Sol, Que clareia o dia E que com sua luz nos ilumina. Ele é belo e radiante, Com grande esplendor, de ti, altíssimo É a imagem.

       Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã Lua

E pelas estrelas, que no céu formastes Claras, preciosas e belas.

               Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento,

Pelo ar e pelas nuvens, Pelo sereno e todo tempo

  Com que dás sustento às tuas criaturas

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água

    Muito útil e humilde e preciosa e casta.
          Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,

Pelo qual iluminas a noite. Ele é belo e alegre e vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, E produz frutos diversos, flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam Pelo teu amor E suportam enfermidade e tribulações. Felizes os que guardam a paz, Pois serão coroados por Ti, Altíssimo.

Louvado sejas, meu Senhor, Por nossa irmã a morte corporal, Da qual nenhum homem vivente pode escapar. Ai daqueles que morrem em pecado mortal; Feliz daquele que se achar na tua santíssima vontade A segunda morte não lhe fará mal.

Louvai e bendizei ao meu Senhor, Agradecei-lhe e servi-o Com grande humildade" (1).


(1) Versão em português do "Laudes creaturarum".
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