Eîdos

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 22h59min de 10 de Junho de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Platão descobre que para aproximar-se das coisas é preciso reconhecê-las como tais e que esse reconhecimento se faz mediante um acompanhamento de seus contornos, de suas linhas-limites, de seus aspectos, de sua aparência, o que na língua grega de Platão se diz com as palavras eîdos e ideia. Seguir as ideias das coisas significa seguir os limites de seu contorno ..." (1). Esse limite não vem do ver da nossa visão, mas do dar-se a ver das coisas e, mais, do já ter visto na medida em que já vigoramos em tudo que se dá a ver, retraindo-se, velando-se. É esse o vigorar da verdade, ou seja, a-letheia, em grego. Por isso podemos ter ideias e não ficar presos ao que já se conheceu e viu. É o poder ver no já visto o não-visto, isto é, no passado o presente do futuro. É isso o ideal. Tal nos advém por vigorarmos no Ser. Somos entre-ser, ou seja, o sendo no limite e não-limite do Ser (2).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "As cordas serenas de Ulisses". In: Ensaios de filosofia - Homenagem a Emmanuel Carenerio Leão. Márcia S.C. Schuback (org.). Petrópolis: Vozes, 1999, p. 172.


(2) Manuel Antônio de Castro
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