Espírito
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→1) |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
__NOTOC__ | __NOTOC__ | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | :Espírito/espelho não é [[saber]] algo, ou seja, isto e aquilo e aquilo outro, mas, sim, especular "como saber" o seu próprio ser, o que ele é no "como ele sabe". Porém, este [[saber]] não pode ficar no saber do "eu" (''Ego cogito'', de Descartes), mas no saber do "sou" que o "eu" é "como" saber. O "eu" só é a partir do ser. Ou seja, tem de vigorar no [[Ser]] para ser o que ele é. Por isso, o Ser nunca se restringe a um "como se sabe" nem se limita ao "que é" do [[ente]]. Daí a afirmação de Heidegger dizendo que o Ser não é, pois, se fosse, seria ente e não Ser. Por outro lado, o sendo é [[sendo]] do Ser. E, por isso, afirmou também que o que antes de tudo é é o Ser. Há, pois, um Espírito relacionado ao saber/ente do homem e o Espírito referenciado ao Saber/Ser, como fundar de todos os saberes e entes. Porém, entre ente e Ser não há uma [[dicotomia]] e um isolamento, pois todo sendo é sendo do Ser. Portanto, o sendo que se sabe (Espírito) só se sabe e é na medida em que sabe e é como sendo do Ser (Espírito). | + | :Espírito/[[espelho]] não é [[saber]] algo, ou seja, isto e aquilo e aquilo outro, mas, sim, especular "como saber" o seu próprio ser, o que ele é no "como ele sabe". Porém, este [[saber]] não pode ficar no saber do "eu" (''Ego cogito'', de Descartes), mas no saber do "sou" que o "[[eu]]" é "como" saber. O "[[eu]]" só é a partir do ser. Ou seja, tem de [[vigorar]] no [[Ser]] para ser o que ele é. Por isso, o [[Ser]] nunca se restringe a um "como se sabe" nem se limita ao "que é" do [[ente]]. Daí a afirmação de Heidegger dizendo que o [[Ser]] não é, pois, se fosse, seria ente e não Ser. Por outro lado, o sendo é [[sendo]] do [[Ser]]. E, por isso, afirmou também que o que antes de tudo é é o [[Ser]]. Há, pois, um Espírito relacionado ao saber/ente do homem e o Espírito referenciado ao Saber/Ser, como [[fundar]] de todos os saberes e [[entes]]. Porém, [[entre]] ente e Ser não há uma [[dicotomia]] e um isolamento, pois todo sendo é sendo do Ser. Portanto, o sendo que se sabe (Espírito) só se sabe e é na medida em que sabe e é como sendo do [[Ser]] (Espírito). |
:- [[Manuel Antônio de Castro]] | :- [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
- | |||
- | |||
== 2 == | == 2 == |
Edição de 01h28min de 28 de Agosto de 2016
1
- Espírito/espelho não é saber algo, ou seja, isto e aquilo e aquilo outro, mas, sim, especular "como saber" o seu próprio ser, o que ele é no "como ele sabe". Porém, este saber não pode ficar no saber do "eu" (Ego cogito, de Descartes), mas no saber do "sou" que o "eu" é "como" saber. O "eu" só é a partir do ser. Ou seja, tem de vigorar no Ser para ser o que ele é. Por isso, o Ser nunca se restringe a um "como se sabe" nem se limita ao "que é" do ente. Daí a afirmação de Heidegger dizendo que o Ser não é, pois, se fosse, seria ente e não Ser. Por outro lado, o sendo é sendo do Ser. E, por isso, afirmou também que o que antes de tudo é é o Ser. Há, pois, um Espírito relacionado ao saber/ente do homem e o Espírito referenciado ao Saber/Ser, como fundar de todos os saberes e entes. Porém, entre ente e Ser não há uma dicotomia e um isolamento, pois todo sendo é sendo do Ser. Portanto, o sendo que se sabe (Espírito) só se sabe e é na medida em que sabe e é como sendo do Ser (Espírito).
2
- "Chamamos de espírito o ente que é capaz de exercer-se como um ser-presente-a-si-mesmo, em quem o ser toma consciência de si e cientemente toma posse de si mesmo numa identidade de ser e saber" (1).
- Referência:
- HUMMES, Cláudio. Metafísica. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1964. Mímeo.
3
- "A essência do espírito é a vontade originária que se quer a ela mesma, a qual é pensada umas vezes como "substância", outras como "sujeito", outras como a unidade de ambos" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. La pobreza. Buenos Aires: Amorrutu, 2006, p.99.