Eîdos

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Platão descobre que para aproximar-se das coisas é preciso reconhecê-las como tais e que esse [[reconhecimento]] se faz mediante um acompanhamento de seus contornos, se suas linhas-[[limites]], de seus [[aspectos]], de sua [[aparência]], o que na língua grega de Platão se diz com as palavras ''eîdos'' e ideia. Seguir as ''ideias'' das [[coisas]] significa seguir os limites de seu contorno ..." (1). Esse limite não vem do [[ver]] da nossa visão, mas do já ter visto na medida em que já vigoramos em tudo que se dá a ver, retraindo-se, velando-se. Por isso podemos ter ideias e não ficar presos ao que já se conheceu e viu. É o poder ver no já visto o não-visto, isto é, no [[passado]] o [[presente]] do [[futuro]]. É isso o [[ideal]]. Tal nos advém por vigorarmos no Ser. Somos entre-ser, ou seja, o sendo no limite e [[não-limite]] do Ser (2).
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:"Platão descobre que para aproximar-se das [[coisas]] é preciso reconhecê-las como tais e que esse [[reconhecimento]] se faz mediante um acompanhamento de seus contornos, de suas linhas-[[limites]], de seus [[aspectos]], de sua [[aparência]], o que na língua grega de Platão se diz com as palavras ''eîdos'' e ideia. Seguir as ''ideias'' das [[coisas]] significa seguir os limites de seu contorno ..." (1). Esse limite não vem do [[ver]] da nossa visão, mas do já ter visto na medida em que já vigoramos em tudo que se dá a ver, retraindo-se, velando-se. Por isso podemos ter ideias e não ficar presos ao que já se conheceu e viu. É o poder ver no já visto o não-visto, isto é, no [[passado]] o [[presente]] do [[futuro]]. É isso o [[ideal]]. Tal nos advém por vigorarmos no Ser. Somos entre-ser, ou seja, o sendo no limite e [[não-limite]] do Ser (2).

Edição de 01h59min de 13 de Junho de 2015

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"Platão descobre que para aproximar-se das coisas é preciso reconhecê-las como tais e que esse reconhecimento se faz mediante um acompanhamento de seus contornos, de suas linhas-limites, de seus aspectos, de sua aparência, o que na língua grega de Platão se diz com as palavras eîdos e ideia. Seguir as ideias das coisas significa seguir os limites de seu contorno ..." (1). Esse limite não vem do ver da nossa visão, mas do já ter visto na medida em que já vigoramos em tudo que se dá a ver, retraindo-se, velando-se. Por isso podemos ter ideias e não ficar presos ao que já se conheceu e viu. É o poder ver no já visto o não-visto, isto é, no passado o presente do futuro. É isso o ideal. Tal nos advém por vigorarmos no Ser. Somos entre-ser, ou seja, o sendo no limite e não-limite do Ser (2).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. As cordas serenas de Ulisses. In: Ensaios de filosofia - Homenagem a Emmanuel Carenerio Leão. Márcia S.C. Schuback (org.). Petrópolis: Vozes, 1999, p. 172.


(2) Manuel Antônio de Castro
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