Finito
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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Edição de 00h30min de 24 de Agosto de 2009
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- O problema e densidade do finito ficam bem claros quando fazemos uma escuta do pensamento de Platão, não reduzido a conceitos pelo platonismo. "Da separação metafísica da finitude sensível e da infinitude inteligível decorrem as oposições antagônicas do corpo e da alma, da matéria e do espírito" (1). O universal abstrato, o conceito, é a infinitude inteligível. "No pensamento criticamente irônico de F. Schlegel, o finito sensível e o infinito inteligível são dois pólos de uma mesma unidade polarizada. Tese e antítese constituem a tensão polar da aparência finita e da ideia infinita" (2). É importante distinguir o que Platão nos propõe como questão do que posteriormente foi reduzido a conceitos. A redução do pensamento de Platão à epistemologia medieval e moderna faz com que o seu pensamento seja reduzido a dicotomias, quando ele nos propõe um pensamento ambíguo, como por exemplo, no uso das palavras gregas diánoia e Eîdos, de profunda densidade ambígua. Como traduzir tais palavras gregas, que se contextualizam dentro de um uso cotidiano e ao mesmo tempo dentro do pensamento original de Platão? Por exemplo, se entendemos diánoia como entre-percepção, tudo se torna bem mais complexo do que uma simples leitura epistemológica. A esse respeito tem também a contribuir o texto "Da essência da verdade" (3).
- Referências:
- (1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. "Introdução à poética da Ironia". In: Linha da Pesquisa, n. 1, v.1, 2000, p.32.
- (2) Idem, p.33.
- (3) HEIDEGGER, Martin. "Da essência da verdade". In: Ser e Verdade. Petrópolis: Vozes, 2007.
- Ver também: