Divertir-se

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:"Porque divertir-se é separar-se do que se deve ser, porque diversão troca a [[necessidade]] pela [[liberdade]]. Jogar é evadir-se das imposições de um [[mundo]] de regras e deveres e encaminhar-se para o mundo do inesperado e da surpresa na [[criação]] da inventividade. De que o [[homem]] se diverte no jogo? Ele se diverte das restrições e constrições. Com que o homem se diverte no jogo? Ele se diverte com a liberdade. É o jogo da [[memória]] que nos faz [[esquecer]] e deixar cair as injunções e nos joga na diversão da liberdade e nas peripécieas da criação" (1). Notemos como é rica esta passagem, pois o verbo divertir aparece aí em três regências e são estas que abrem as enormes possibilidades de na e com o poder da linguagem vigorar o divertir, onde predomina sempre um ''verter', um tornar-se e realizar-se na diversidade verbal da realidade.
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Edição de 13h09min de 28 de Abril de 2018

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"Porque divertir-se é separar-se do que se deve ser, porque diversão troca a necessidade pela liberdade. Jogar é evadir-se das imposições de um mundo de regras e deveres e encaminhar-se para o mundo do inesperado e da surpresa na criação da inventividade. De que o homem se diverte no jogo? Ele se diverte das restrições e constrições. Com que o homem se diverte no jogo? Ele se diverte com a liberdade. É o jogo da memória que nos faz esquecer e deixar cair as injunções e nos joga na diversão da liberdade e nas peripécieas da criação" (1). Notemos como é rica esta passagem, pois o verbo divertir aparece aí em três regências e são estas que abrem as enormes possibilidades de na e com o poder da linguagem vigorar o divertir, onde predomina sempre um verter', um tornar-se e realizar-se na diversidade verbal da realidade.


- Manuel Antônio de Castro


(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. O esquecimento da memória. In: Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 153, abr.-jun., 2003, p. 146.
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