Dor
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". ''A caminho da linguagem''. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 21. | :(1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". ''A caminho da linguagem''. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 21. | ||
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+ | :“A dor é o rasgo do dilaceramento. A dor não dilacera, porém, espalhando pedaços por todos os lados. A dor dilacera, corta e diferencia, só que ao fazer isso arrasta tudo para si, reunindo tudo em si” (1). | ||
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+ | :(1) HEIDEGGER, Martin. ''A caminho da linguagem''. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 4. e. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 21. |
Edição de 22h02min de 24 de fevereiro de 2010
1
- "Crê-me, em qualquer parte resta ainda uma alegria. A dor autêntica entusiasma. Quem penetra a sua miséria encontra-se acima. E é magnífico que somente na dor cheguemos a sentir corretamente a liberdade da alma" (1).
- Referência:
- (1) HÖLDERLIN, Friedrich. Hipérion ou O eremita da Grécia. Trad. Marcia C. de Sá Cavalcante. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 137.
2
- Referência:
- (1) Cf. FRANZ, Marie Louise von. A interpretação dos contos de fada. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981, p. 105.
3
- "E a dor é que não estamos à altura de nossa perfeição, e quanto à nossa beleza, nós mal a suportamos" (1).
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. A maçã no escuro. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1970, p. 252.
4
- A dor está ligada ao verbo grego páskho, que compõe diferentes palavras em que alegria e dor estão ligadas da mesma forma que paixão e compaixão; empatia e simpatia.
5
- O tema da dor que aparece no poema de Fernando Pessoa "Autopsicografia" é, sem dúvida, fundamental. Esse é um tema recorrente nas experiências de pensamento variadas. Aparece em Jó, Cristo, Sócrates e, sobretudo, na experiência de pensamento do sagrado de Siddhārtha Gautama, o Buda. É também o tema central ou motriz do romance de Hermann Hesse: Sidarta.
6
- Incorporamos a ossatura da dor na medida em que damos a esta o estatuto da dificuldade física e sensorial. No entanto, a dor não está restrita à superficialidade dos sentidos, pois é por ela que se levantam os membros e se põem a rodopiar no eixo do não-compreendido. Heidegger ainda nos aponta uma possibilidade de se pensar a dor, ou seja, enquanto corte reunidor que, à medida que irrompe, traz para si o lugar e momento do rasgo. Portanto, a dor "traça e articula o que no corte se separa" (1), dando ao corpo a musicalidade de um improviso, ao repentino modo de acolher na desfeitura do correto um pouco das inúmeras possibilidades de se abismar e se desfazer de plangente ossatura.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A linguagem". A caminho da linguagem. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 21.
7
- “A dor é o rasgo do dilaceramento. A dor não dilacera, porém, espalhando pedaços por todos os lados. A dor dilacera, corta e diferencia, só que ao fazer isso arrasta tudo para si, reunindo tudo em si” (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 4. e. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 21.