Ponto

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Diz Merleau-Ponty em ''O [[olho]] e o [[espírito]]'' (Grifo, 1969, p. 64): "Cada [[ponto]] do [[espaço]] existe e é pensado aí onde existe (eu quase diria ou resiste), um aqui, outro ali (mas este aqui, ele é o [[espaço]] já dentro do [[horizonte]]); o [[espaço]] é a [[evidência]] do onde (daí o onde só se dá no [[horizonte]] da visibilidade). Orientação, polaridade, envolvimento são nele [[fenômenos]] derivados, ligados à minha [[presença]]" (1).
: "Diz Merleau-Ponty em ''O [[olho]] e o [[espírito]]'' (Grifo, 1969, p. 64): "Cada [[ponto]] do [[espaço]] existe e é pensado aí onde existe (eu quase diria ou resiste), um aqui, outro ali (mas este aqui, ele é o [[espaço]] já dentro do [[horizonte]]); o [[espaço]] é a [[evidência]] do onde (daí o onde só se dá no [[horizonte]] da visibilidade). Orientação, polaridade, envolvimento são nele [[fenômenos]] derivados, ligados à minha [[presença]]" (1).
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: Mas aqui o núcleo é a [[presença]] a partir da qual se dimensiona o [[eu]] e o [[ponto]]. A [[presença]] é [[lugar]] e visibilidade. Por outro lado, devemos dizer que qualquer onde, este ou aquele [[espaço]], é uma [[doação]] do "[[entre]]". Daí que o onde e o [[espaço]] e até o [[ponto]] de qualquer [[disciplina]] é já desde sempre uma [[doação]] do "[[entre]]" (''inter''). O "[[entre]]" é o [[Vazio]], o [[Nada]], o [[Silêncio]]. Por isso, o [[ponto]]/visibilidade e a fala/sonoridade são [[doações]], na [[clareira]], do [[Não-ser]], do [[Vazio]], do [[Nada]].
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: Mas aqui o núcleo é a [[presença]] a partir da qual se dimensiona o [[eu]] e o [[ponto]]. A [[presença]] é [[lugar]] e visibilidade. Por outro lado, devemos dizer que qualquer onde, este ou aquele [[espaço]], é uma [[doação]] do "[[entre]]". Daí que o onde e o [[espaço]] e até o [[ponto]] de qualquer [[disciplina]] é já desde sempre uma [[doação]] do "[[entre]]" (''inter''). O "[[entre]]" é o [[Vazio]], o [[Nada]], o [[Silêncio]]. Por isso, o [[ponto]]/visibilidade e a [[fala]] / [[sonoridade]] são [[doações]], na [[clareira]], do [[Não-ser]], do [[Vazio]], do [[Nada]].

Edição de 01h21min de 11 de Agosto de 2020

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"Diz Merleau-Ponty em O olho e o espírito (Grifo, 1969, p. 64): "Cada ponto do espaço existe e é pensado aí onde existe (eu quase diria ou resiste), um aqui, outro ali (mas este aqui, ele é o espaço já dentro do horizonte); o espaço é a evidência do onde (daí o onde só se dá no horizonte da visibilidade). Orientação, polaridade, envolvimento são nele fenômenos derivados, ligados à minha presença" (1).
Mas aqui o núcleo é a presença a partir da qual se dimensiona o eu e o ponto. A presença é lugar e visibilidade. Por outro lado, devemos dizer que qualquer onde, este ou aquele espaço, é uma doação do "entre". Daí que o onde e o espaço e até o ponto de qualquer disciplina é já desde sempre uma doação do "entre" (inter). O "entre" é o Vazio, o Nada, o Silêncio. Por isso, o ponto/visibilidade e a fala / sonoridade são doações, na clareira, do Não-ser, do Vazio, do Nada.


- Manuel Antônio de Castro.


Referência:
(1) MERLEAU-PONTY, O olho e o espírito. Rio de Janeiro: Grifo, 1969, p.64.
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