Nada

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Nada não pode ser [[niilismo]] porque só pode advir ao niilismo o [[ente]], o [[vivente]], a oração, o discurso, o significado, o tempo linear, a lembrança, o [[instante]], o ente, que está, sem referência.
:Nada não pode ser [[niilismo]] porque só pode advir ao niilismo o [[ente]], o [[vivente]], a oração, o discurso, o significado, o tempo linear, a lembrança, o [[instante]], o ente, que está, sem referência.
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:- [[Manuel Antônio de Castro]].
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:O nada é sempre, como [[possibilidade]] de para possibilidades, doação de novas [[realizações]].
:- [[Manuel Antônio de Castro]].
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Edição de 20h56min de 24 de Julho de 2011

1

"O poeta, em seu canto, próximo à Terra Natal, desfia a alegria a troco de Nada. Isso é contradizer-se, jogar no Vazio ou meditar extra-vagâncias? Devagar, vagando se descobre a falta-que-faz, o fazer-que-falta: cercando o eixo das rodas com raios, se descobre que a utilidade da roda consiste no seu Nada; escavando-se a argila para modelar vasos, descobre-se que a utilidade dos vasos está no seu Nada; abrindo-se portas e janelas para que haja um quarto, descobre-se que a utilidade do quarto está no seu Nada. Por isso, parafraseando Lao-Tzu, em seu fragmento XI, do Tao Te King, pode-se dizer que enquanto nos aproximamos do fazer, o que não é feito se aproxima de nós" (1).


Referência:
(1) ALBERNAZ, Maria Beatriz. Paideia poética na cidade sitiada - um estudo de Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura, Área de Poética. Tese de doutorado, 2006.


2

"P - O vazio é então a mesma coisa que o nada, isto é, o vigor que procuramos pensar como o outro de toda vigência e de toda ausência? J - De certo... Para nós, o vazio é o nome mais elevado para se designar o que o senhor quer dizer com a palavra ser" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 87.

3

"Através de seus graves defeitos - que um dia ela talvez pudesse mencionar sem se vangloriar - é que chegara agora a poder amar. Até aquela glorificação: ela amava o Nada. A consciência de sua permanente queda humana a levava ao amor do Nada" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 25.


4

Nada não pode ser niilismo porque só pode advir ao niilismo o ente, o vivente, a oração, o discurso, o significado, o tempo linear, a lembrança, o instante, o ente, que está, sem referência.


- Manuel Antônio de Castro.


5

O nada é sempre, como possibilidade de para possibilidades, doação de novas realizações.


- Manuel Antônio de Castro.
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