Acontecimento
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→6) |
|||
Linha 39: | Linha 39: | ||
:(1) ANDRADE, Carlos Drummond de. ''Reunião''. 4ª e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 12. | :(1) ANDRADE, Carlos Drummond de. ''Reunião''. 4ª e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 12. | ||
:(2) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58. | :(2) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58. | ||
+ | |||
== 5 == | == 5 == | ||
Linha 47: | Linha 48: | ||
:(1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58. | :(1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | == 6 == | ||
+ | :"o pensamento que se esforça em permanecer na facilidade das representações geralmente procura uma saída ainda mais distanciadora da dinâmica concreta do acontecimento de sentido: geralmente procura-se instaurar, de uma forma ou de outra, uma autonomia do signo, uma autonomia dos dispositivos, símbolos e analogias. Este recurso é buscado como se todo signo, símbolo, dispositivo e analogia não dependesse do acontecimento de sentido da realidade. Entretanto, no único instante criativo que as acomete – a saber, o momento em que surge, vale dizer, o momento em que se dão em correspondência a um determinado acontecimento da realidade em seu sentido e verdade – as coisas então erroneamente chamadas signos, dispositivos, símbolos e analogias não são outra coisa que o sentido do acontecimento da realidade se manifestando. São gestos de mundo que respondem a um aceno telúrico. |
Edição de 19h40min de 24 de março de 2011
1
- "Se o tempo é o desencadeador, isto é, o largo horizonte onde se dá o acontecer, quando se chega à enunciação do acontecimento, parece ser este que engravida a experiência da vivência temporal, como se o acontecimento fosse o locus de manifestação do tempo e sua real concretização. O ad-vento do tempo é acontecimento" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 36.
2
- "Acontecimento vem de acontecer. E acontecer, verbo incoativo (ação progressiva) de contingere, já traz no seu âmago a noção de estar, ter contato ou relação com. Esta relação se efetiva na percepção" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 36.
3
- "A história tem que se repensar originariamente em seu núcleo de manifestação: o acontecimento, porque o acontecimento é o fato feito ato" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 45.
4
- Nunca me esquecerei desse acontecimento
- ...........................................................................
- Nunca me esquecerei que no meio do caminho
- tinha uma pedra
- ........................................................................... (1)
- "O acontecimento nos remete para uma experiência fundamental. O poeta, morador e vigia que é do Ser, canta em seu poema uma experiência. Ela foi, é e será. A celebração poética insiste na memória do acontecimento. Esse acontecimento consiste na experiência de 'que tinha uma pedra no meio do caminho'. Por isso é um acontecimento. Nele e por ele se faz a experiência histórica do Ser" (2).
- Referências:
- (1) ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. 4ª e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 12.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58.
5
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 58.
6
- "o pensamento que se esforça em permanecer na facilidade das representações geralmente procura uma saída ainda mais distanciadora da dinâmica concreta do acontecimento de sentido: geralmente procura-se instaurar, de uma forma ou de outra, uma autonomia do signo, uma autonomia dos dispositivos, símbolos e analogias. Este recurso é buscado como se todo signo, símbolo, dispositivo e analogia não dependesse do acontecimento de sentido da realidade. Entretanto, no único instante criativo que as acomete – a saber, o momento em que surge, vale dizer, o momento em que se dão em correspondência a um determinado acontecimento da realidade em seu sentido e verdade – as coisas então erroneamente chamadas signos, dispositivos, símbolos e analogias não são outra coisa que o sentido do acontecimento da realidade se manifestando. São gestos de mundo que respondem a um aceno telúrico.