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De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos | + | : (1) PESSANHA, Fábio Santana. '''A [[hermenêutica]] do mar – Um estudo sobre a [[poética]] de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 102.''' |
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Edição atual tal como 22h16min de 21 de janeiro de 2025
1
- “Caminhar nas entrelinhas do que é luz ou som, onda|ondas ou partícula|partículas, enfim, meio do caminho de um poema que se interroga, é penetrar na antessala da palavra: emergência da narração que trança verbos, substantivos e abismo no destino de um questionamento” (1).
- Referência:
- (1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 102.
2
- “Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entre-linha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorpora-a. O que salva então é escrever distraidamente” (1).
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973, p. 25.