Particípio
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
|||
(3 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | + | : "... o [[participar]] de cada [[sendo]] no [[ser]] nos advém nas [[línguas]] na [[forma]] de um [[particípio]]. Em [[grego]], [[tudo]] que [[é]] diz-se com o [[particípio]] [[presente]] do [[verbo]] [[ser]] ''[[eînai]]'': [[sendo]] ''[[on]]''. Mas este [[particípio]] [[presente]] é ambíguo, pois nomeia ao mesmo tempo cada [[ente]] como tal e então o substantiva" (1). | |
- | : | + | : Referência: |
+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser e estar". In:------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 20. | ||
- | : | + | == 2 == |
+ | : "Como todo [[particípio]], ele participa de duas [[formas]], uma [[verbal]] e uma [[nominal]], ou seja, toma parte em duas [[significações]]: "... o [[essencial]] é que as duas [[significações]] reenviam uma à outra" (1), portanto, um único [[termo]] tem uma [[dupla]] [[significação]], ele quer [[dizer]] duas [[coisas]] ao mesmo tempo. É como se houvesse uma única [[coisa]] dita duas vezes" (2). Se tomamos o [[particípio]] do ponto de vista da [[verdade]] se manifestando no [[verbal]], vemos que ela acontece nele como [[ambiguidade]] e [[dissimulação]]. E, portanto, como [[velamento]] e [[desvelamento]]. O [[particípio]] articula as [[versões]] do ''uni-'', da [[unidade]], do que [[funda]], isto é, do [[velar-se]] do ''[[Nada]]'' em cada [[versão]], ou seja, em cada [[parte]], de onde nos advém o [[particípio]]. É o [[vigorar]] [[verbal]] para além das [[partes]] enquanto [[substantivos]] ou [[nomes]]. Em vista disso, [[toda]] [[parte]] só pode [[ser]] [[parte]] na medida em que já é um [[vigorar]] do [[todo]], da [[unidade]]. Ou seja, toda [[versão]] é [[versão]], não do [[sujeito]], mas do [[dar-se]] e [[retrair-se]] do [[todo]] nas [[partes]], daí advém a [[ambiguidade]] do [[particípio]]. | ||
- | |||
+ | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) HEIDEGGER, Martin. ''Was heisst denken?. Tübingen: Niemeyer Verlag, 1984, p. 133. | ||
: (2) LUZIE, Marta. ''A dobra do destino''. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 24. | : (2) LUZIE, Marta. ''A dobra do destino''. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 24. |
Edição atual tal como 22h35min de 18 de Julho de 2020
1
- "... o participar de cada sendo no ser nos advém nas línguas na forma de um particípio. Em grego, tudo que é diz-se com o particípio presente do verbo ser eînai: sendo on. Mas este particípio presente é ambíguo, pois nomeia ao mesmo tempo cada ente como tal e então o substantiva" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser e estar". In:------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 20.
2
- "Como todo particípio, ele participa de duas formas, uma verbal e uma nominal, ou seja, toma parte em duas significações: "... o essencial é que as duas significações reenviam uma à outra" (1), portanto, um único termo tem uma dupla significação, ele quer dizer duas coisas ao mesmo tempo. É como se houvesse uma única coisa dita duas vezes" (2). Se tomamos o particípio do ponto de vista da verdade se manifestando no verbal, vemos que ela acontece nele como ambiguidade e dissimulação. E, portanto, como velamento e desvelamento. O particípio articula as versões do uni-, da unidade, do que funda, isto é, do velar-se do Nada em cada versão, ou seja, em cada parte, de onde nos advém o particípio. É o vigorar verbal para além das partes enquanto substantivos ou nomes. Em vista disso, toda parte só pode ser parte na medida em que já é um vigorar do todo, da unidade. Ou seja, toda versão é versão, não do sujeito, mas do dar-se e retrair-se do todo nas partes, daí advém a ambiguidade do particípio.
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Was heisst denken?. Tübingen: Niemeyer Verlag, 1984, p. 133.
- (2) LUZIE, Marta. A dobra do destino. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 24.