Antítese
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : HUMMES ofm, Cardeal Dom Cláudio. ''História da Filosofia''. Curso dado em 1963, em Daltro Filho, hoje cidade de Imigrantes, RS. Anotações distribuídas em sala de aula. |
Edição de 22h27min de 11 de Julho de 2019
1
- Antítese diz o depor de todo pôr. Estes são os dois sentidos geradores do verbo grego legein. Pôr implica sempre posição, a deposição é a antítese. É esta o passo dialético necessário dentro da tese. Ora, viver é realizar-se numa caminhada. Desse modo a todo passo deve corresponder uma conquista do que ainda não somos, mas já somos como possibilidades de vir a ser. Portanto, só se caminha no jogo dialético de pôr e depor ou de tese e antítese. Isso implica que para haver novas coquistas e realização de nossas possibilidades de ser é necessário ontologicamente depormos o já conquistado, ou seja, deve haver sempre uma renúncia para que novos passos sejam dados, novas possibilidades sejam efetivadas e sejam realmente novas. A negação dialética é parte constitutiva do que somos. No horizonte do tempo é o jogo dialético de passado e futuro no presente, onde o passado é a possibilidade de realização do futuro ainda não realizado e tornado presente. Portanto, o próprio tempo é um pôr e depor incessante. Por ser jogo de tese e antítese a dialética é essencialmente sempre aberta. A síntese abre sempre uma nova tese.
2
- "Os três momentos que correntemente se chamam tese, antítese e síntese, Hegel os chama de “afirmação”, “negação”, “negação da negação” (mas entenda-se que esta terceira expressão não designa uma simples volta à primeira afirmação, mas a passagem a uma afirmação superior que contém de um modo eminente os elementos aproveitáveis da tese e da antítese).
- Referência:
- HUMMES ofm, Cardeal Dom Cláudio. História da Filosofia. Curso dado em 1963, em Daltro Filho, hoje cidade de Imigrantes, RS. Anotações distribuídas em sala de aula.