Como

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:O "como", em geral, é entendido em duas dimensões: 1ª o como funciona, ou seja, diz respeito ao padrão de organização e seu funcionamento em cada ente. É um "como" geral e que pré-existe ao funcionamento de uma determinada estrutura enquanto este ou aquele ente; 2ª o como enquanto se constitui, se estrutura, ou seja, que forma toma. Mas note-se que aqui a "forma/estrutura" só é apreensível no funcionar do padrão de organização, ou seja, a determinação da forma está diretamente relacionada à função que preenche dentro da ideia prévia inerente ao padrão de organização. Este prevê a forma que contretiza àquela. A ideia inerente ao padrão de organização pré-representa a estrutura/forma concreta. Há aqui um círculo. O "como" se concretiza aí a partir do "telos" enquanto ideia inerente ao padrão de organização. Temos então um "ob-jeto". A relação entre o padrão de organização e a estrutura de um "ente" vivo será diferente. É que nesse caso o "como" se centraliza no "entre" da relação. Porém, agora, este "como/entre" se realiza em duas dimensões: 1ª como um ente como tal, no caso dos seres vivos; 2ª como o "entre" que se faz presente no ser humano, na medida em que ele é um ser da liminaridade, remetendo para o ser/não-ser, finito/não-finito. Aqui o "como" se dá "como entre" no horizonte da compreensão e da pré-compreensão. Um tal "como/entre" remete para o sentido do ser e do tempo. Na realidade, todo "como" essencial é o como poético-onto-fenomenológico. Este "como" diz respeito às possibilidades de realização histórica do ser humano "como humano" e não simplesmente como um ente entre outros entes. No humano o "telos" consiste no sentido enquanto princípio de possibilidade de levar o finito à plenitude do infinito. Por isso, a morte é um grande mistério, pois é ela que impulsiona o finito para o infinito, enquanto a vida quer trazer o infinito para o finito e plenificá-lo. Nesse entre de vida e morte acontece o "como poético", o como onde se dá o humano do homem.
:O "como", em geral, é entendido em duas dimensões: 1ª o como funciona, ou seja, diz respeito ao padrão de organização e seu funcionamento em cada ente. É um "como" geral e que pré-existe ao funcionamento de uma determinada estrutura enquanto este ou aquele ente; 2ª o como enquanto se constitui, se estrutura, ou seja, que forma toma. Mas note-se que aqui a "forma/estrutura" só é apreensível no funcionar do padrão de organização, ou seja, a determinação da forma está diretamente relacionada à função que preenche dentro da ideia prévia inerente ao padrão de organização. Este prevê a forma que contretiza àquela. A ideia inerente ao padrão de organização pré-representa a estrutura/forma concreta. Há aqui um círculo. O "como" se concretiza aí a partir do "telos" enquanto ideia inerente ao padrão de organização. Temos então um "ob-jeto". A relação entre o padrão de organização e a estrutura de um "ente" vivo será diferente. É que nesse caso o "como" se centraliza no "entre" da relação. Porém, agora, este "como/entre" se realiza em duas dimensões: 1ª como um ente como tal, no caso dos seres vivos; 2ª como o "entre" que se faz presente no ser humano, na medida em que ele é um ser da liminaridade, remetendo para o ser/não-ser, finito/não-finito. Aqui o "como" se dá "como entre" no horizonte da compreensão e da pré-compreensão. Um tal "como/entre" remete para o sentido do ser e do tempo. Na realidade, todo "como" essencial é o como poético-onto-fenomenológico. Este "como" diz respeito às possibilidades de realização histórica do ser humano "como humano" e não simplesmente como um ente entre outros entes. No humano o "telos" consiste no sentido enquanto princípio de possibilidade de levar o finito à plenitude do infinito. Por isso, a morte é um grande mistério, pois é ela que impulsiona o finito para o infinito, enquanto a vida quer trazer o infinito para o finito e plenificá-lo. Nesse entre de vida e morte acontece o "como poético", o como onde se dá o humano do homem.
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:O como que surge na dinâmica do "entre" é um grande enigma. O acontecer que move todo como essencial é em si um manifestar e retrair. E é nesse enigma e como enigma que se faz presente/ausente a "coisa". A tentativa de resolver o que é a "coisa" seja objeto, seja ente vivo, seja qualquer ente, esbarra em algo inapreensível a uma conceituação e à redução à função ou à relação entre padrão de organização e estrutura singular. Para além desta bipolaridade intervém também o "observador". "Por fim, há sistemas que mudam de estado. Quando são observados, de modo que a própria intenção do observador de prever seu curso estrutural os retira de seu domínio de previsão". Ampliando essencialmente o campo do observar a partir do "ver" e do "evidente" como a afirmação precedente se faz presente no: 1º leitor; 2 º crítico; 3º explicador; 4º analista; 5º observador; 6º intérprete. Então o que ocorre em relação ao "sujeito" / O que ocorre em relação ao "objeto"? O que ocorre em relação à "linguagem" ?
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Mas nunca podemos esquecer que o como intervém também de uma maneira enigmática entre o observador E a coisa observada. Que E é esse? Como esse E intervém no como?
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Conferir abaixo.
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:Referência:
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:(1) MATURANA, Humberto R. & VARELA, Francisco J. ''A árvore do conhecimento''. São Paulo: Palas Athena, 4ª ed., 2004, p. 137.
== Ver também ==
== Ver também ==
*[[Entre]]
*[[Entre]]
*[[Humano]]
*[[Humano]]
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*[[Intérprete]]
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*[[Observador]]

Edição de 04h14min de 15 de janeiro de 2009

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O "como", em geral, é entendido em duas dimensões: 1ª o como funciona, ou seja, diz respeito ao padrão de organização e seu funcionamento em cada ente. É um "como" geral e que pré-existe ao funcionamento de uma determinada estrutura enquanto este ou aquele ente; 2ª o como enquanto se constitui, se estrutura, ou seja, que forma toma. Mas note-se que aqui a "forma/estrutura" só é apreensível no funcionar do padrão de organização, ou seja, a determinação da forma está diretamente relacionada à função que preenche dentro da ideia prévia inerente ao padrão de organização. Este prevê a forma que contretiza àquela. A ideia inerente ao padrão de organização pré-representa a estrutura/forma concreta. Há aqui um círculo. O "como" se concretiza aí a partir do "telos" enquanto ideia inerente ao padrão de organização. Temos então um "ob-jeto". A relação entre o padrão de organização e a estrutura de um "ente" vivo será diferente. É que nesse caso o "como" se centraliza no "entre" da relação. Porém, agora, este "como/entre" se realiza em duas dimensões: 1ª como um ente como tal, no caso dos seres vivos; 2ª como o "entre" que se faz presente no ser humano, na medida em que ele é um ser da liminaridade, remetendo para o ser/não-ser, finito/não-finito. Aqui o "como" se dá "como entre" no horizonte da compreensão e da pré-compreensão. Um tal "como/entre" remete para o sentido do ser e do tempo. Na realidade, todo "como" essencial é o como poético-onto-fenomenológico. Este "como" diz respeito às possibilidades de realização histórica do ser humano "como humano" e não simplesmente como um ente entre outros entes. No humano o "telos" consiste no sentido enquanto princípio de possibilidade de levar o finito à plenitude do infinito. Por isso, a morte é um grande mistério, pois é ela que impulsiona o finito para o infinito, enquanto a vida quer trazer o infinito para o finito e plenificá-lo. Nesse entre de vida e morte acontece o "como poético", o como onde se dá o humano do homem.

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O como que surge na dinâmica do "entre" é um grande enigma. O acontecer que move todo como essencial é em si um manifestar e retrair. E é nesse enigma e como enigma que se faz presente/ausente a "coisa". A tentativa de resolver o que é a "coisa" seja objeto, seja ente vivo, seja qualquer ente, esbarra em algo inapreensível a uma conceituação e à redução à função ou à relação entre padrão de organização e estrutura singular. Para além desta bipolaridade intervém também o "observador". "Por fim, há sistemas que mudam de estado. Quando são observados, de modo que a própria intenção do observador de prever seu curso estrutural os retira de seu domínio de previsão". Ampliando essencialmente o campo do observar a partir do "ver" e do "evidente" como a afirmação precedente se faz presente no: 1º leitor; 2 º crítico; 3º explicador; 4º analista; 5º observador; 6º intérprete. Então o que ocorre em relação ao "sujeito" / O que ocorre em relação ao "objeto"? O que ocorre em relação à "linguagem" ?

Mas nunca podemos esquecer que o como intervém também de uma maneira enigmática entre o observador E a coisa observada. Que E é esse? Como esse E intervém no como? Conferir abaixo.


Referência:
(1) MATURANA, Humberto R. & VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 4ª ed., 2004, p. 137.

Ver também

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