História literária

De Dicionário de Poética e Pensamento

Tabela de conteúdo

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"Para compreender uma história literária é necessário resgatar o texto, o contexto, o leitor e a literariedade, daí a complexidade e os percalços de uma efetiva história literária. As considerações que se seguem levam em conta tudo o que foi desenvolvido até aqui, daí termos de retomar muitas das noções já explicitadas, só que agora em uma nova conjugação, qual sistema de satélites em torno do mesmo tema. Essa circularidade procura ser natural e coerente. Certas ideias em outra posição iluminam faces ocultas e permitem perceber melhor o seu contorno" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Edições Antares, 2. e., 1982, p. 130.

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"Concretamente, toda história literária é a história de uma literatura de uma nação: história da literatura brasileira, portuguesa, espanhola etc. O que decide o caráter literário de tais literaturas não é o adjetivo justaposto, mas sua literariedade. Aí, aparentemente, caímos num impasse. Se cada adjetivo não decide o literário, nem por isso é inútil: não existe uma literatura que não seja de uma determinada nação, só que, sendo literatura, é também universal" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Edições Antares, 2. e., 1982, p. 130.


3

"Uma história literária não pode ignorar o todo cultural em que está inserida. Desse todo cultural, a modalidade literária vai constituir-se um itinerário histórico. Aqui a história literária pode cair em dois desvios: tornar-se apenas mais um compartimento da sociologia e da historiografia, ou se isolar e constituir-se numa sucessão linear de formas literárias externas, surpreendidas no uso retórico-discursivo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Edições Antares, 2. e., 1982, p. 131.


4

"A história literária resulta, pois, das diferentes poéticas: poéticas das obras e poéticas das épocas. Estas não constituem um aglomerado caótico, mas as vicissitudes humanas, das quais a verdade e o sentido do ser são o seu destinar-se. "É no destino 'epocal' do Ser que se essencializa a história dos homens"(2)" (1)".


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Edições Antares, 2. e., 1982, p. 140.
(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis (RJ): Vozes, 1977, p. 131.
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