Símbolo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h22min de 28 de Dezembro de 2008 por Andre (Discussão | contribs)

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Eis aí um conceito nuclear, embora seja portador de uma ampla semântica. "Todas as identidades estão localizadas no espaço e no tempo simbólicos. Elas têm aquilo que Edward Said chama de suas geografias imaginárias" . HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP7A, 2001, p. 71. O simbólico não tem o vigor em si mesmo. Há, por exemplo, silêncio simbólico. Porém, não é o simbólico que fala, mas o vigor do silêncio.

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Heidegger em A origem da obra-de-arte trata do símbolo, onde ocorre uma separação entre a coisa, o suporte e o que além disso ela "expressa", sendo isto o símbolo. Ele se coloca contra essa separação, na medida em que não aceita a noção de "coisa" como "suporte". Nos ensaios "A coisa" e "Construir, habitar, pensar", desenvolve o que entende por "coisa". E no ensaio "Construir, habitar, pensar" retorna à questão do símbolo. Só podemos apreender e compreender os equívocos que o conceito de símbolo possui se aprofundarmos o que é "coisa" poética e originariamente. Heidegger nesse ensaio dá o exemplo de uma "ponte" como "coisa". E então diz: "Enquanto expresão, a ponte pode tornar-se, por exemplo, símbolo para tudo aquilo que mencionamos anteriormente. Se for autêntica, a ponte nunca é primeiro e apenas ponte e depois um símbolo. A ponte tampouco é, de antemão, um símbolo, no sentido de exprimir algo que, em sentido rigoroso, a ela não pertence. Tomada em sentido, a ponte nunca se mostra como expressão. A ponte é uma coisa e somente isso." Heidegger, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 133.

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A questão so símbolo está fundamentalmente ligada à discussão do significado e sentido convencional ou natural das palavras. A questão é que não se pode confundir sentido e significado. Tudo isso radica nos muitos significados que a palavra grega logos foi sofrendo pela visão metafísica e racionalista. O mesmo se pode dizer da outra palavra fudamental: physis. A tradução por natureza pode desfigurar completamente o seu sentido poético e originário. Dessas duas palavras há duas visões básicas: 1ª Epistemológica; 2ª Ontológica. Segundo cada uma destas posições, o símbolo terá sentidos radicalmente diferentes. Para uma visão epistemológica e metafísica ver: NEVES, Maria Helena de Moura. A vertente grega da gramática tradicional. São Paulo? Hucitec, 1987. O Aristóteles de que a autora fala é o da leitura metafísica. Do Aristóteles pensador, nada se fala aí. Para uma visão ontológica, ver: BEAUFRET, Jean. Dialogue avec Heidegger III. Paris: Minuit, 1974, especialmente o ensaio: "Der logos au langaje".

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