Símbolo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) HALL, Stuart. ''A identidade cultural na pós-modernidade''. Rio de Janeiro: DP7A, 2001, p. 71. | :(1) HALL, Stuart. ''A identidade cultural na pós-modernidade''. Rio de Janeiro: DP7A, 2001, p. 71. | ||
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:(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 133. | :(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 133. | ||
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- | :(1) NEVES, Maria Helena de Moura. ''A vertente grega da gramática tradicional''. São Paulo | + | :(1) NEVES, Maria Helena de Moura. ''A vertente grega da gramática tradicional''. São Paulo: Hucitec, 1987. |
:(2) BEAUFRET, Jean. ''Dialogue avec Heidegger III''. Paris: Minuit, 1974, especialmente o ensaio: "Der logos au langaje". | :(2) BEAUFRET, Jean. ''Dialogue avec Heidegger III''. Paris: Minuit, 1974, especialmente o ensaio: "Der logos au langaje". | ||
Edição de 22h16min de 28 de março de 2009
1
- Eis aí um conceito nuclear, embora seja portador de uma ampla semântica. "Todas as identidades estão localizadas no espaço e no tempo simbólicos. Elas têm aquilo que Edward Said chama de suas geografias imaginárias" (1). O simbólico não tem o vigor em si mesmo. Há, por exemplo, silêncio simbólico. Porém, não é o simbólico que fala, mas o vigor do silêncio.
- Referência:
- (1) HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP7A, 2001, p. 71.
2
- Heidegger em A origem da obra-de-arte trata do símbolo, em que ocorre uma separação entre a coisa, o suporte e o que além disso ela "expressa": o símbolo. Ele se coloca contra essa separação, na medida em que não aceita a noção de "coisa" como "suporte". Nos ensaios "A coisa" e "Construir, habitar, pensar", desenvolve o que entende por "coisa". E no ensaio "Construir, habitar, pensar" retorna à questão do símbolo. Só podemos apreender e compreender os equívocos que o conceito de símbolo possui se aprofundarmos o que é "coisa" poética e originariamente. Heidegger nesse ensaio dá o exemplo de uma "ponte" como "coisa". E então diz: "Enquanto expressão, a ponte pode tornar-se, por exemplo, símbolo para tudo aquilo que mencionamos anteriormente. Se for autêntica, a ponte nunca é primeiro e apenas ponte e depois um símbolo. A ponte tampouco é, de antemão, um símbolo, no sentido de exprimir algo que, em sentido rigoroso, a ela não pertence. Tomada em sentido, a ponte nunca se mostra como expressão. A ponte é uma coisa e somente isso" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 133.
3
- A questão so símbolo está fundamentalmente ligada à discussão do significado e sentido convencional ou natural das palavras. A questão é que não se pode confundir sentido e significado. Tudo isso radica nos muitos significados que a palavra grega lógos foi sofrendo pela visão metafísica e racionalista. O mesmo se pode dizer da outra palavra fundamental: phýsis. A tradução por natureza pode desfigurar completamente o seu sentido poético e originário. Dessas duas palavras há duas visões básicas: a epistemológica e a ontológica. Segundo cada uma destas posições, o símbolo terá sentidos radicalmente diferentes. Para uma visão epistemológica e metafísica ver (1). Para uma visão ontológica, ver (2).
- Referências:
- (1) NEVES, Maria Helena de Moura. A vertente grega da gramática tradicional. São Paulo: Hucitec, 1987.
- (2) BEAUFRET, Jean. Dialogue avec Heidegger III. Paris: Minuit, 1974, especialmente o ensaio: "Der logos au langaje".
- Ver também: