Razão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Em relação à Escola de Frankfurt, teríamos três momentos ou três razões: 1ª) Razão crítica. Tem sua origem em Kant e marca um otimismo no poder da razão, podendo ser instrumental e emancipatória. 2ª) Razão negativa. Surge com Horkheimer e Adorno, frente à realidade moderna e ao humanismo diante da realidade da guerra, da cultura de massa. É uma perda de fé na razão. Fé é aqui a palavra adequada, pois tal fé ainda diz uma crença na razão do homem que o faz maior do que a questão, do que a realidade. 3ª) Razão comunicativa. Conceituação desenvolvida por Habermas, tenta superar o solipsismo da consciência e parte para o diálogo como fundamento do consenso. Porém, num tal diálogo nunca se dá o acontecer das diferenças, muito menos da realidade em seu desvelar e velar, em seu dar-se e guardar-se. Num tal diálogo quer-se determinar o auto-diálogo pelo dialógo comunicativo. Não se pensa o diá- de todo [[diálogo|diá-logo]] nem o logos como a identidade das diferenças e a diferença das diferenças, e a identidade das identidades.
:Em relação à Escola de Frankfurt, teríamos três momentos ou três razões: 1ª) Razão crítica. Tem sua origem em Kant e marca um otimismo no poder da razão, podendo ser instrumental e emancipatória. 2ª) Razão negativa. Surge com Horkheimer e Adorno, frente à realidade moderna e ao humanismo diante da realidade da guerra, da cultura de massa. É uma perda de fé na razão. Fé é aqui a palavra adequada, pois tal fé ainda diz uma crença na razão do homem que o faz maior do que a questão, do que a realidade. 3ª) Razão comunicativa. Conceituação desenvolvida por Habermas, tenta superar o solipsismo da consciência e parte para o diálogo como fundamento do consenso. Porém, num tal diálogo nunca se dá o acontecer das diferenças, muito menos da realidade em seu desvelar e velar, em seu dar-se e guardar-se. Num tal diálogo quer-se determinar o auto-diálogo pelo dialógo comunicativo. Não se pensa o diá- de todo [[diálogo|diá-logo]] nem o logos como a identidade das diferenças e a diferença das diferenças, e a identidade das identidades.
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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Edição de 00h47min de 20 de janeiro de 2009

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Em relação à Escola de Frankfurt, teríamos três momentos ou três razões: 1ª) Razão crítica. Tem sua origem em Kant e marca um otimismo no poder da razão, podendo ser instrumental e emancipatória. 2ª) Razão negativa. Surge com Horkheimer e Adorno, frente à realidade moderna e ao humanismo diante da realidade da guerra, da cultura de massa. É uma perda de fé na razão. Fé é aqui a palavra adequada, pois tal fé ainda diz uma crença na razão do homem que o faz maior do que a questão, do que a realidade. 3ª) Razão comunicativa. Conceituação desenvolvida por Habermas, tenta superar o solipsismo da consciência e parte para o diálogo como fundamento do consenso. Porém, num tal diálogo nunca se dá o acontecer das diferenças, muito menos da realidade em seu desvelar e velar, em seu dar-se e guardar-se. Num tal diálogo quer-se determinar o auto-diálogo pelo dialógo comunicativo. Não se pensa o diá- de todo diá-logo nem o logos como a identidade das diferenças e a diferença das diferenças, e a identidade das identidades.


- Manuel Antônio de Castro

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"Por isso mesmo, a dialética, ao contrário da lógica formal, é capaz de incluir em seus conceitos os elementos da contradição e da transformação, e de abarcar o não-idêntico em um mesmo conceito. A razão iluminista, com sua dupla face de razão emancipatória e razão instrumental, não deixa de ser razão quando se impõe e concretiza como razão instrumental. Mas por isso mesmo gera, pelas limitações a que ela própria se condena, sua contradição, sua crítica e negação, tornando-se necessário o resgate de seu contrário, originalmente nela contido: a razão emancipatória." (1) Adorno está polemizando com Popper. Este defende a razão lógica, puramente metodológica, ao passo que Adorno defende uma dimensão existencial. A pura razão lógica e instrumental é identificada com o positivismo, defendido por Popper. Ver como conceitos de razão: emancipatória, instrumental, lógico-formal, negativa, dialógica ou comunicativa (todas metafísicas). Estes conceitos não se põem à questão de que toda razão implica uma representação.


Referência:
(1) FREITAG, Bárbara. "A teoria crítica ontem e hoje". S. Paulo: Brasiliense, 1985, p. 49.

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"O anúncio de algo como algo faz com que, no anúncio, se tome algo como algo, que algo seja tomado por algo. "Eu tomo isto por isto", é o que diz o verbo latino reor. A capacidade correspondente de se tomar algo por algo é ratio". (1) "Tomar algo por algo é ajuizar. A essência do pensamento concebido metafisicamente reside no juízo. Esse pensamento "lógico", loguikós, dimensionado pelo lógos enquanto enunciado, é a essência da ratio, da razão." (2)


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 282.
(2) Idem, p. 282.

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"... pensa-se, no entanto, o lógos do homem como ratio, razão, e, portanto, como a capacidade de pensar segundo idéias, ou seja, de julgar por conceitos." (1) "Metafísica e logicamente, lógos significa enunciado, juízo ou também "conceito", desde que se apreenda conceito como o coágulo de uma conceituação, de um ajuizamento". (2)


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Rio: Relume Dumará, 1998, p. 293.
(2) Idem, p. 293.
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