Questionar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 1: Linha 1:
-
== Época ==
+
__NOTOC__
-
:O questionar é algo profundamente enigmático. A propósito da Modernidade, Heidegger diz: "Retomar por uma meditação mais original, é aqui a coragem de pôr em questão a verdade de nossos próprios postulados e de fazer da região de nossos próprios objetivos o que é o mais digno de ser posto em questão". (1) E em uma nota (2), acrescenta: "Uma tal meditação não é necessária nem possível para todos, nem somente suportável por todos. Ao contrário, a ausência de meditação faz certamente parte das diferentes etapas da realização e da exploração organizada requerida pela época... O ser resta para a meditação o que há de mais digno a pôr em questão". Se não é para todos, qual o critério de exclusão? Evidentemente que não é de ordem social etc. O questionar é uma doação da Cura, da [[Linguagem]], pois a Linguagem fala não o homem.
+
== 1 ==
 +
:O questionar é algo profundamente enigmático. A propósito da Modernidade, Heidegger diz: "Retomar por uma meditação mais original, é aqui a coragem de pôr em questão a verdade de nossos próprios postulados e de fazer da região de nossos próprios objetivos o que é o mais digno de ser posto em questão". (1) E em uma nota (2), acrescenta: "Uma tal meditação não é necessária nem possível para todos, nem somente suportável por todos. Ao contrário, a ausência de meditação faz certamente parte das diferentes etapas da realização e da exploração organizada requerida pela [[época]]... O ser resta para a meditação o que há de mais digno a pôr em questão". Se não é para todos, qual o critério de exclusão? Evidentemente que não é de ordem social etc. O questionar é uma doação da [[Cura]], da [[Linguagem]], pois a Linguagem fala não o homem.
Linha 6: Linha 7:
:(1) HEIDEGGER, Martin. "O tempo da imagem do mundo". In: ''Caminhos de floresta''. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p. 97.
:(1) HEIDEGGER, Martin. "O tempo da imagem do mundo". In: ''Caminhos de floresta''. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p. 97.
-
 
:(2) Idem, p. 120.
:(2) Idem, p. 120.
-
 
== 2 ==
== 2 ==
-
:Cf. HEIDEGGER, Martin. ''O que é uma coisa?'' Lisboa: Edições 70, 1992, pp. 48, 52, 53, 54.
+
:Concretamente, toda pergunta é o entre em que vigora todo questionar, onde se pergunta porque não se sabe e se sabe. Portanto, há o entre da pergunta e o entre do questionar. Na vigência do questionar, enquanto vigorar do entre, o [[diálogo]] é o dar-se do [[linguagem|lógos]] enquanto o que desde sempre já se retrai. O ''lógos'' não é, dá-se. E dando-se, é. Este "Se" que se dá é o entre do ''lógos'', ou seja, o diá-logo. Portanto, todo diá-logo é a vigência do questionar enquanto pergunta: [[escuta]]. A escuta é o entre de questionar e perguntar, ou seja, o diálogo. No ensaio "Tempo e ser" (1) o "se" e o "dar-se" são tratados fundamentalmente.
-
 
+
-
 
+
-
== 3 ==
+
-
:Cf. HEIDEGGER, Martin. "O tempo da imagem do mundo". In: ''Caminhos da floresta''. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, pp. 95; 120.
+
-
 
+
-
 
+
-
== 4 ==
+
-
:Concretamente, toda pergunta é o entre em que vigora todo questionar, onde se pergunta porque não se sabe e se sabe. Portanto, há o entre da pergunta e o entre do questionar. Na vigência do questionar, enquanto vigorar do entre, o [[diálogo]] é o dar-se do [[lógos]] enquanto o que desde sempre já se retrai. O lógos não é, dá-se. E dando-se, é. Este ''Se'' que se dá é o entre do lógos, ou seja, o diá-logo. Portanto, todo diá-logo é a vigência do questionar enquanto pergunta: [[escuta]]. A escuta é o entre de questionar e perguntar, ou seja, o diálogo. No ensaio "Tempo e ser" (1) o "se" e o "dar-se" são tratados fundamentalmente.
+

Edição de 23h58min de 19 de janeiro de 2009

1

O questionar é algo profundamente enigmático. A propósito da Modernidade, Heidegger diz: "Retomar por uma meditação mais original, é aqui a coragem de pôr em questão a verdade de nossos próprios postulados e de fazer da região de nossos próprios objetivos o que é o mais digno de ser posto em questão". (1) E em uma nota (2), acrescenta: "Uma tal meditação não é necessária nem possível para todos, nem somente suportável por todos. Ao contrário, a ausência de meditação faz certamente parte das diferentes etapas da realização e da exploração organizada requerida pela época... O ser resta para a meditação o que há de mais digno a pôr em questão". Se não é para todos, qual o critério de exclusão? Evidentemente que não é de ordem social etc. O questionar é uma doação da Cura, da Linguagem, pois a Linguagem fala não o homem.


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. "O tempo da imagem do mundo". In: Caminhos de floresta. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p. 97.
(2) Idem, p. 120.

2

Concretamente, toda pergunta é o entre em que vigora todo questionar, onde se pergunta porque não se sabe e se sabe. Portanto, há o entre da pergunta e o entre do questionar. Na vigência do questionar, enquanto vigorar do entre, o diálogo é o dar-se do lógos enquanto o que desde sempre já se retrai. O lógos não é, dá-se. E dando-se, é. Este "Se" que se dá é o entre do lógos, ou seja, o diá-logo. Portanto, todo diá-logo é a vigência do questionar enquanto pergunta: escuta. A escuta é o entre de questionar e perguntar, ou seja, o diálogo. No ensaio "Tempo e ser" (1) o "se" e o "dar-se" são tratados fundamentalmente.


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Tempo e ser. In: ______. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.


Ver também