Necessidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 21h02min de 21 de Agosto de 2009 por Andre (Discussão | contribs)

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"Toda necessidade é indigência" (1). Então podemos perguntar: indigência de quê? Todo ente enquanto ente tem indigência de ser. Por isso, essencialmente, o que se é se deve necessariamente desdobrar no como é, num duplo sentido: o do ente que já é e quer ser, necessita, tem indigência de ser. Mas toda indigência do ente também é indigência do ser enquanto é ser do ente e do ser enquanto é a diferença não só do ente mas também do ser do ente, na medida em que o ser não é, pois se fosse seria ente e não ser. Isto, em termos de indigência, origina duas pro-curas: 1ª - aquela ao nível do ente enquanto o como do ente; 2ª - aquela ao nível do ser, como o originário permanente e inesgotável de todo ente e do ser: o não-ser. A primeira diz respeito às diferentes pro-curas que se esgotam no nível das procuras. A segunda diz respeito à pro-cura da Cura, o Ser enquanto Não-ser, Nada: indigência e necessidade originária. A indigência e a procura é o assinalar da liberdade. Por isso, há a liberdade ao nível da vontade, e a liberdade essencial, ao nível do Ser/Nâo-ser, da Cura.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Acerca del Evento. Buenos Aires, Editorial Almagesto, 2003, p. 45; 52.
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