Não-saber

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"E era bom. 'Não entender' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre [[limite|limitado]]. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao [[Deus]]. Não era um não-entender como um simples de [[espírito]]. O bom era ter uma [[inteligência]] e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter [[loucura]] sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez" (1).
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: "E era bom. 'Não entender' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre [[limite|limitado]]. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao [[Deus]]. Não era um não-entender como um simples de [[espírito]]. O bom era ter uma [[inteligência]] e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter [[loucura]] sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez" (1).
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:(1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 42.
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: (1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 42.

Edição de 22h40min de 10 de Julho de 2018

1

"E era bom. 'Não entender' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez" (1).


Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 42.