Não-compreender
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:"Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais [[consciência]] daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quisesse [[compreender]]. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um [[erro]] - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender. Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana" (1). | :"Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais [[consciência]] daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quisesse [[compreender]]. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um [[erro]] - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender. Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana" (1). | ||
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:(1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 43. | :(1) LISPECTOR, Clarice. ''Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres''. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 43. |
Edição de 23h28min de 24 de janeiro de 2009
- "Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia. Embora no fundo não quisesse compreender. Sabia que aquilo era impossível e todas as vezes que pensara que se compreendera era por ter compreendido errado. Compreender era sempre um erro - preferia a largueza tão ampla e livre e sem erros que era não-entender. Era ruim, mas pelo menos se sabia que se estava em plena condição humana" (1).
- Referências:
- (1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, p. 43.