Cotidiano

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Se, por um lado, o cotidiano é o inaugural da realidade, por outro, a preguiça natural e as tintas com que nos pintam os sentidos (Caeiro) fazem do cotidiano a mais insistente e deletéria repetição. Como as pessoas se repetem, pensando que são inovadoras! Como os valores e atitudes se repetem, pensando que estão mudando e sendo diferentes! E como é difícil se abrir para o acontecer da realidade, até porque esta é o que está sempre se realizando, sempre em realização e não e jamais o que se vê e julga já feito!
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:Se, por um lado, o cotidiano é o inaugural da [[realidade]], por outro, a preguiça natural e as tintas com que nos pintam os sentidos (Caeiro) fazem do cotidiano a mais insistente e deletéria repetição. Como as pessoas se repetem, pensando que são inovadoras! Como os valores e atitudes se repetem, pensando que estão mudando e sendo diferentes! E como é difícil se abrir para o [[acontecer]] da realidade, até porque esta é o que está sempre se realizando, sempre em realização e não e jamais o que se vê e julga já feito!
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Para o ser humano, o cotidiano é a mais insidiosa armadilha para o esquecimento do que é: permanente vir a ser. A frase feita é o cotidiano se repetindo em sua banalização com ares de novidade. Nâo basta repetir e dizer o feito, é necessário no feito e já passado desentranhar o não-feito e não-pensado, fonte de todo futuro. O futuro está no passado e é este o enigma que nos desafia para chegarmos a ser o que sómos, sendo sempre um devir, um cumprir nossa sina, nosso destino, que não é o feito, mas no feito o por fazer.
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:Para o ser [[humano]], o cotidiano é a mais insidiosa armadilha para o [[esquecer|esquecimento]] do que é: permanente vir a ser. A frase feita é o cotidiano se repetindo em sua banalização com ares de novidade. Nâo basta repetir e dizer o feito, é necessário no feito e já passado desentranhar o não-feito e não-pensado, fonte de todo futuro. O futuro está no passado e é este o enigma que nos desafia para chegarmos a ser o que somos, sendo sempre um [[devir]], um cumprir nossa sina, nosso [[destino]], que não é o feito, mas no feito o por fazer.
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: - ''Manuel Antônio de Castro''
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 14h37min de 5 de março de 2011

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Se, por um lado, o cotidiano é o inaugural da realidade, por outro, a preguiça natural e as tintas com que nos pintam os sentidos (Caeiro) fazem do cotidiano a mais insistente e deletéria repetição. Como as pessoas se repetem, pensando que são inovadoras! Como os valores e atitudes se repetem, pensando que estão mudando e sendo diferentes! E como é difícil se abrir para o acontecer da realidade, até porque esta é o que está sempre se realizando, sempre em realização e não e jamais o que se vê e julga já feito!
Para o ser humano, o cotidiano é a mais insidiosa armadilha para o esquecimento do que é: permanente vir a ser. A frase feita é o cotidiano se repetindo em sua banalização com ares de novidade. Nâo basta repetir e dizer o feito, é necessário no feito e já passado desentranhar o não-feito e não-pensado, fonte de todo futuro. O futuro está no passado e é este o enigma que nos desafia para chegarmos a ser o que somos, sendo sempre um devir, um cumprir nossa sina, nosso destino, que não é o feito, mas no feito o por fazer.


- Manuel Antônio de Castro
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