Sujeito

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 06h13min de 18 de Setembro de 2009 por Lio (Discussão | contribs)

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Há uma tendência de se colocar a questão central em torno da subjetividade na crise do eu, do indivíduo, da pessoa, ligados à crise do poder da razão, dos valores ético-sociais, pessoais, religiosos etc. Contudo, não se presta atenção a algo que, no fundo, é essencial: o destino. A emergência tanto maior do sujeito quanto mais profunda mostra que a crise está no fato de que ele se afirma - pessoal, histórica e socialmente - na medida em que tem a pretensão de construir seu destino. Ora, isso é o que hoje em dia mais evidencia a sua crise. E a questão tanto mais cresce quanto mais a genética avança. E é aí que se dá o combate entre ciência e ser, entre sujeito e sistema, entre conhecimento e sabedoria, entre técnica e poíesis. Qual o sujeito que emerge da genética?
O contraponto se dá quando se traz para a cena a questão do agir/poíesis, porque esse implica o éthos. A subjetividade se percebe cada vez mais claramente no horizonte onde os conceitos se trincam e ela aparece trincada. E isso mostra que o trincamento só pode aparecer porque as duas partes (ou mais) têm um entre que as reúne. É a poíesis, o lógos, o ser, a moíra/ génos. A vigência do sujeito é a vigência da física, do duplo, da dicotomia. Mas na pós-modernidade houve um deslocamento: o sujeito se tornou o sistema. Isto estava subjacente na afirmação do sujeito como razão (cartesianismo). É esta que gera os sistemas.


- Manuel Antônio de Castro
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