Vivência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Quando da [[necessidade]] de comer para [[viver]] faço comida, preparada e transformada a partir de uma arte culinária, transformo não só a necessidade em [[arte]], mas faço da arte uma [[libertação]] que é a [[dimensão]] da [[experienciação]] frente a toda vivência. Necessidade de comer, minha e de todo ser vivo é vivência. Fazer dela uma arte culinária é experienciação, inerente e tão inerente ao ser humano. É a sua diferença ontológica.
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: Quando da [[necessidade]] de comer para [[viver]] faço comida, preparada e transformada a partir de uma arte culinária, transformo não só a necessidade em [[arte]], mas faço da arte uma [[libertação]] que é a [[dimensão]] da [[experienciação]] frente a toda vivência. Necessidade de comer, minha e de todo ser vivo é vivência. Fazer dela uma arte culinária é experienciação, inerente e tão somente inerente ao ser humano. É a sua diferença ontológica.
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 02h03min de 22 de Maio de 2016

1

"Vivenciar diz sempre: reatar, a saber, a vida e o vivido a um sujeito. Vivência evoca a correlação de objetivo e subjetivo. Mesmo a vivência do eu-tu, hoje tão falada, pertence ao âmbito metafísico da subjetividade" (1). "Por meio do estético ou, digamos, pela vivência em seu âmbito, a obra de arte já se torna antecipadamente objeto de sentimento e representação" (2).


Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 102.
(2) idem, p. 109.


2

Heidegger trata da questão da vivência e da sua relação com a Estética. Mas a vivência já é uma interpretação do que é o real, a coisa, o ente. Ele diz: "O ser aconteceu então como eídos. A ideia insere-se na morphé. O sýnolon, o todo unido da morphé hylé, a saber, o érgon, é no modo de enérgeia. Este modo de presença torna-se a actualitas do ens actu. A actualitas torna-se realidade. A realidade converte-se em objetividade, e objetividade torna-se vivência (Erlebnis)" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Lisboa: Ed. 70, 1992, p. 67.


3

Quando da necessidade de comer para viver faço comida, preparada e transformada a partir de uma arte culinária, transformo não só a necessidade em arte, mas faço da arte uma libertação que é a dimensão da experienciação frente a toda vivência. Necessidade de comer, minha e de todo ser vivo é vivência. Fazer dela uma arte culinária é experienciação, inerente e tão somente inerente ao ser humano. É a sua diferença ontológica.


- Manuel Antônio de Castro
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