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De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Ao princípio da complementaridade dos conceitos, que institui o novo espírito científico, correlaciona-se o princípio da ambivalência das imagens, que constitui o novo espírito literário" (1). A ambivalência das imagens está ligada à essência do imaginário, que é tratado nas pp. 63 e 64: "[[Imaginar]] é transumanizar-se" (2). "Imaginar é ausentar-se, impulsionar-se rumo a uma nova vida (AS, 7-9, 9-12)" (3). "A imaginação dinâmica é precisamente o [[sonho]] da [[vontade]] ou a vontade do sonho..." (4).
 
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:Referências:
 
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:(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. In: Revista Tempo Brasileiro, nº 90, 1987, p. 61.
 
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:(2) Idem, p. 64.
 
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:(3) Idem, p.
 
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:(4) Idem, p.64
 

Edição de 11h53min de 18 de Abril de 2009

1

"O poeta nomeia as coisas: estas são plumas, aquelas são pedras. E de súbito afirma: as pedras são plumas, isto é aquilo. Os elementos da imagem não perdem seu caráter concreto e singular: as pedras continuam sendo pedras, ásperas, duras, impenetráveis, amarelas de sol ou verdes de musgo: pedras pesadas. E as plumas, plumas: leves. A imagem resulta escandalosa porque desafia o princípio de contradição: o pesado é ligeiro. Ao enunciar a identidade dos contrários, atenta contra os fundamentos do nosso pensar" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1972, p. 38.


Ver também:

2

"Quando oponho conceito e imagem, é necessário deixar bem claro o alcance de imagem. José Lezama Lima tem toda uma teoria sobre imagem que eu denominaria poética. Pois há imagens não-poéticas. Sobretudo a pós-modernidade se constrói em cima de imagens, através dos meios de comunicação, mas aí já são imagens representadas. Por isso, segundo Nelson Brissac Peixoto: '... a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vêm por imagens.'" (1) A imagem poética é aquela que não pode ser reduzida a simples meio de informação, mas que traz, em si, no seu mostrar, o fazer aparecer o que se presenteando, dando-se, tanto mais se faz presente quanto mais se vela.


Referência:
(1) NOVAES, Adauto (org.). "O olhar do estrangeiro". In: O olhar. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995, p. 65.

3

A questão da escrita e da oralidade passa pela essência da linguagem que não é determinada por essas duas possibilidades. Por isso diz Heidegger: "A palavra 'expressão' indica a contraposição, isto é, aquilo contra o que o senhor se põe, pois a sua visão da essência da linguagem não está presa ao caráter fonemático e grafemático das palavras, o que se costuma reapresentar como o caráter expressivo da linguagem" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "De uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador". In: A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 101. Cf. também p. 118: "Seria, portanto, de importância secundária, se a conversa fosse escrita ou soasse apenas em algum tempo ou lugar". Mas essa distinção, aí, já tem como pano de fundo: a essência da linguagem como saga; o sentido originário de con-versa; a implicação da conversa como lugar e este como casa e mundo.

4

"O nome que se costuma dar à fisionomia e ao aspecto de alguma coisa é "imagem". A eesência da imagem é: deixar ver alguma coisa. Por outro lado, as reproduções e imitações são deformações da imagem propriamente dita que, enquanto fisionomia, DEIXA VER O INVISÍVEL, dando-lhe assim uma imagem que o faz participar de algo estranho. Tomando essa medida cheia de mistério, a saber, a fisionomia do céu, a poesia fala por "imagens". Assim e num sentido muito privilegiado, as imagens poéticas são imaginações. Imaginações e não meras fantasias ou ilusões. Imaginações entendidas não apenas como inclusões do estranho na fisionomia do que é familiar mas também como inclusões passíveis de serem visualizadas. O dizer poético das imagens reúne integrando a claridade e a ressonância dos muitos aparecimento.

5

"O nome que se costuma dar à fisionomia e ao aspecto de alguma coisa é "imagem". A essência da imagem é: deixar ver alguma coisa. Por outro lado, as reproduções e imitações são deformações da imagem propriamene dita que, enquanto fisionomia, deixa ver o invisível, dando-lhe assim uma imagem que o faz participar de algo estranho. Tomando essa medida cheia de mistério, a saber, a fisionomia do céu, a poesia fala por "imagens". Assim e num sentido muito privilegiado, as imagens poéticas são imaginações. Imaginações e não meras fantasias ou ilusões. Imaginações entendidas não apenas como inclusões do estranho na fisionomia do que é familiar, mas também como inclusões passíveis de serem visualizadas. O dizer poético das imagens reúne integrando a claridade e a ressonância dos muitos aparecimentos celestes numa unidade com a obscuridade e a silenciosidade do estranho".


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente o homem habita...". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 177.


Ver também:
Ferramentas pessoais