Abstração
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :"A palavra abstrato vem do latim ''abstraho'' que diz do que se retira, do se apresenta idealmente ou do que se representa. Em última instância, abstrato diria de uma [[representação]] à qual não corresponde nenhum dado sensorial ou concreto. Enquanto representação, a abstração implica sempre um outro, e institui sempre uma necessidade de correspondência. O abstrato traz consigo a necessidade de se perguntar o que ele abstrai, de onde ele se retira, o que ele representa. A abstração implica também, por outro lado, a identidade enquanto operacionalizador, na medida em que não é capaz de configurar o sentido desde sua própria vigência" (1). | + | : "A [[palavra]] [[abstrato]] vem do [[latim]] ''abstraho'' que diz do que se retira, do se apresenta idealmente ou do que se representa. Em última instância, [[abstrato]] diria de uma [[representação]] à qual não corresponde nenhum dado sensorial ou [[concreto]]. Enquanto [[representação]], a [[abstração]] implica [[sempre]] um [[outro]], e institui [[sempre]] uma [[necessidade]] de [[correspondência]]. O [[abstrato]] traz consigo a [[necessidade]] de se [[perguntar]] o que ele abstrai, de onde ele se retira, o que ele [[representa]]. A [[abstração]] implica também, por outro lado, a [[identidade]] enquanto operacionalizador, na medida em que não é capaz de [[configurar]] o [[sentido]] desde sua [[própria]] [[vigência]]" (1). |
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+ | : (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 173-4. | ||
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Edição de 02h30min de 15 de fevereiro de 2022
1
- "As abstrações e os processos abstratos, na trajetória da Cultura Ocidental, têm se revelado cada vez mais predominantes enquanto tentativas de medir, identificar e representar a realidade e assim, por meio da representação, têm sido mais simulacros tanto dos mistérios quanto da erradicação dos mistérios do que, propriamente, a admissão destes como um dos constituintes de realidade.
- "[...] A abstração, como diz seu próprio prefixo, ao contrário do mistério, é movimento para fora, movimento des-centrador. Em seus encaminhamentos e em seus modos de relacionamento com a realidade, a abstração realiza um movimento contrário àquele produzido pelo mistério. A abstração é des-centramento" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 173.
- - Ver o verbete abstrato.
2
- "A palavra abstrato vem do latim abstraho que diz do que se retira, do se apresenta idealmente ou do que se representa. Em última instância, abstrato diria de uma representação à qual não corresponde nenhum dado sensorial ou concreto. Enquanto representação, a abstração implica sempre um outro, e institui sempre uma necessidade de correspondência. O abstrato traz consigo a necessidade de se perguntar o que ele abstrai, de onde ele se retira, o que ele representa. A abstração implica também, por outro lado, a identidade enquanto operacionalizador, na medida em que não é capaz de configurar o sentido desde sua própria vigência" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 173-4.
3
- "O pensar, ao se desvincular da memória, se desvincula, de certo modo, de sua própria possibilidade de relacionamento com o concreto. Além disso, ele se autonomiza, num processo de crescente abstração. Quer dizer, num movimento de sempre levar para fora, de retirar. Nesse processo, se instaura e insiste a re-presentação que passa por um percurso curioso desde a necessidade da presença do representado, até chegar a substituir completamente aquilo que deveria apenas representar" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 189.