Concreto
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) CASTRO, Manuel Antonio de. "A questão hermenêutica". In: ''Tempos de metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 29. | :(1) CASTRO, Manuel Antonio de. "A questão hermenêutica". In: ''Tempos de metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 29. | ||
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| - | :"... concreto não é apenas o que tem massa, mas o que desencadeia realidade. Muitas vezes o que tem massa não é o mais concreto, nem sequer é o material. A nosso juízo, o que na música é música é o que há de mais concreto, seja para a música ou não". | + | :"[...] concreto não é apenas o que tem massa, mas o que desencadeia [[realidade]]. Muitas vezes o que tem massa não é o mais concreto, nem sequer é o [[material]]. A nosso juízo, o que na [[música]] é música é o que há de mais concreto, seja para a música ou não" (1). |
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| - | + | :(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p.156. | |
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Edição de 01h53min de 18 de março de 2009
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- Em geral, para explicar concreto, é necessário ver com clareza a formação da palavra. Cum-cretum, do verbo latino cum-crescere, o con-crescer. Mas só em parte fica explicado, pois não fica claro a questão que se coloca. Trata-se do universal concreto em oposição ao universal abstrato. O que aí se faz presente é a essência da ação, implicando o aspecto cognitivo, a vontade e o sentimento, e também um ponto de partida que está para além do próprio homem, mas não partindo imediatamente de um princípio transcendente. No fundo, o concreto é a duplicidade inerente ao ser humano como Entre-ser. Está em jogo a questão da finitude e da não-finitude. Mais detalhes ver o ensaio abaixo.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antonio de. "A questão hermenêutica". In: Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 29.
- Ver também:
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- Mas o que é isto – o concreto? Ele não se opõe ao abstrato. É mais. É sempre a vigência do vigente, isto é, a vigência da essência originária. É um cum-crescere (um con-crescer) da dobra enquanto desdobramento da unidade. No con-creto a phýsis é o permanente desdobrar-se enquanto mudar, que sempre tende para, deseja e ama o repouso, isto é, o velar-se. Con-crescer é o crescer que se retrai permanentemente no silêncio originário do repouso, da não-ação como plenitude de movimento.
3
- "[...] concreto não é apenas o que tem massa, mas o que desencadeia realidade. Muitas vezes o que tem massa não é o mais concreto, nem sequer é o material. A nosso juízo, o que na música é música é o que há de mais concreto, seja para a música ou não" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p.156.
