Sagrado

De Dicionário de Poética e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 56: Linha 56:
: CASTRO, Manuel Antônio de. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 252.
: CASTRO, Manuel Antônio de. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 252.
 +
 +
 +
 +
== 7 ==
 +
: "[[Deuses]] não são [[entidades]], mas as diferentes modalidades manifestativas do [[vigorar]] do sagrado. Deuses são forças misteriosas que constituem a [[realidade]] e o [[ser humano]] em sua realidade. Por isso, todas as [[culturas]] sempre tiveram ''deuses''"(1).
 +
 +
 +
: Referência:
 +
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 222.

Edição de 03h11min de 12 de março de 2016

1

O sagrado é o mistério que constitui e possibilita a manifestação da realidade. O sagrado é a energia que dá vida iluminando. Iluminar é fazer vigorar a claridade e a escuridão. O sagrado não é, vigora: tempo, memória, linguagem, sentido, ser.


- Manuel Antônio de Castro

2

"O que é o sagrado para Hölderlin? É a palavra com que ele nomeia a natureza. Esta, contudo, não deve ser tomada como a natura dos romanos, nem como natureza no sentido moderno, pois em ambos os casos é apreendida como conjunto dos fenômenos ou coisas pertencentes a um determinado setor do real, ou seja, o mundo natural. Natureza para o poeta possui, antes, a ressonância da palavra-guia dos primeiros pensadores gregos – phýsis –, como o aberto, por onde as coisas brotam e desabrocham, mas também como o obscuro, por onde elas se escondem e repousam" (1).


Referência:
(1) MICHELAZZO, José Carlos. Do um como princípio ao dois como unidade. São Paulo: Annablume, 1999, p. 144.


Ver também:

3

"Quando os índios norte-americanos e certas tribos de esquimós mandam mensagens convidando os outros para um festival religioso, os mensageiros carregam bastões com penas e estas conferem ao portador a qualidade sacrossanta" (1).


Referência:
(1) FRANZ, Marie Louise von. A interpretação dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981, p. 78 (Cf. Idem, p. 88, quando fala dos motivos religiosos dos tapetes).


4

"Em que consiste o sagrado? Este, se formos à etimologia, mostrará uma outra realidade diferente daquela apreendida pelo religioso. O sintoma maior desta outra realidade está na não separação, no âmbito do sagrado, entre mal e bem. O sagrado diz do lugar de abertura da realidade, onde tal separação e divisão não existe. O criminoso, por exemplo, que entrasse num templo, passava a fazer parte de um lugar onde não mais poderia ser perseguido nem punido. O âmbito do sagrado não comporta as dicotomias metafísicas" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 71.


5

"O canto sagrado não é outra coisa que a própria divindade se manifestando na música das palavras" (1).


Referência:
(1) BRAGA, Diego. A terceira margem do mito: hermenêutica da corporeidade. In: Revista Terceira margem. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura da UFRJ. Ano XIV, 22, jan.-jun, 2010, p. 57.


6

Todos sabem que do mar se originou a vida porque é no mar que o sagrado faz vigorar a sua presença constante. A água não nos liberta de nossos limites porque representa algo externo a ela, que ela simboliza. Não. A água não simboliza. Ela liberta, purificando porque é água do mar, é energia irradiante. Purificar diz iluminar. O sagrado é a energia que dá vida iluminando. Iluminar é fazer vigorar o claro e escuro. O sagrado não é, vigora: tempo, memória, mar, linguagem, sentido, ser (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 252.


7

"Deuses não são entidades, mas as diferentes modalidades manifestativas do vigorar do sagrado. Deuses são forças misteriosas que constituem a realidade e o ser humano em sua realidade. Por isso, todas as culturas sempre tiveram deuses"(1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 222.
Ferramentas pessoais