Rio

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"São muito raros os homens que sabem [[escutar]] e ainda não encontrei nenhum que dominasse essa arte com tamanha perfeição. Também nesse ponto serei teu aprendiz [diz Sidarta]. - Hás de aprender isso - replicou Vasudeva -, porém, não de mim. Quem me ensinou a escutar foi o rio e ele será o teu [[mestre]] também. O rio sabe tudo e tudo podemos aprender dele. Olha, há mais uma coisa que a água já te mostrou: que é bom descer, abaixar-se, procurar as profundezas" (1).
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:Referência:
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: (1) HESSE, Hermann. ''Sidarta''. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 88.

Edição de 01h06min de 13 de fevereiro de 2012

1

"O rio é, ao mesmo tempo, permanência e mudança. O trânsito de suas águas gesticula o inefável de suas margens. Estas, não indicam um caminho. Em vez disso, suscitam um itinierário de dúvidas e questionamentos, na medida em que apontam ao horizonte do não-saber. Mais ainda, desdobram-se na tensão vida-e-morte enquanto incursão na travessia do homem, posto que só se dão como margem porque há um fluxo de águas que as faz margear. As margens não são margens porque delimitam o curso do rio, mas porque o próprio rio doa sua condição de permanência" (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. "O rio como insólito na terceira margem do homem". In: GARCÍA, Flavio; PINTO, Marcello de Oliveira; MICHELLI, Regina (orgs.). O insólito em questão – Anais do V Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional/ I Encontro Nacional Insólito como Questão na Narrativa Ficcional. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2010, p. 30.


Ver também:

2

"O rio flui constante, repentina e inauguralmente em cada lugar de seu curso; logo, ele é a permanência tensional entre a fonte e a foz não só nos lugares onde nasce e deságua, mas em todo seu corpo fluvial. Ao desaguar no mar, o rio se plenifica, pois é tanto mais rio quanto o mar o possibilita ser" (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. "Homem: corpo insólito". In: GARCÍA, Flavio; PINTO, Marcello de Oliveira; MICHELLI, Regina (orgs.). O insólito e seu duplo – Anais do VI Painel Reflexões sobre o Insólito na narrativa ficcional/ I Encontro Regional Insólito como Questão na Narrativa Ficcional. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2010, p. 141.


Ver também:


3

"São muito raros os homens que sabem escutar e ainda não encontrei nenhum que dominasse essa arte com tamanha perfeição. Também nesse ponto serei teu aprendiz [diz Sidarta]. - Hás de aprender isso - replicou Vasudeva -, porém, não de mim. Quem me ensinou a escutar foi o rio e ele será o teu mestre também. O rio sabe tudo e tudo podemos aprender dele. Olha, há mais uma coisa que a água já te mostrou: que é bom descer, abaixar-se, procurar as profundezas" (1).


Referência:
(1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 88.
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