Intérprete
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(Nova página: == 1 == :A obra nos pro-põe um saber e um não-saber, um limite e um ilimitado, um corpo como disputa de terra e mundo. O intérprete parte do saber, do todo da obra enquanto estrutur...) |
|||
(3 edições intermediárias não estão sendo exibidas.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
+ | __NOTOC__ | ||
== 1 == | == 1 == | ||
- | :A obra nos pro-põe um saber e um não-saber, um limite e um ilimitado, um corpo como disputa de terra e mundo. O intérprete parte do saber, do todo da obra enquanto estrutura da obra em rede. Mas não pode ficar aí, deve articular o saber com o não-saber porque a obra não é um objeto, um utensílio. Na interpretação compreensiva e dialogal, o intérprete ao interpretar deve necessariamente se interpretar. Pois em toda compreensão e diálogo quem fala é sempre o '' | + | :A obra nos pro-põe um [[saber]] e um [[não-saber]], um limite e um ilimitado, um corpo como disputa de terra e mundo. O intérprete parte do saber, do todo da obra enquanto estrutura da obra em rede. Mas não pode ficar aí, deve articular o saber com o não-saber porque a obra não é um objeto, um utensílio. Na [[interpretação]] compreensiva e dialogal, o intérprete ao interpretar deve necessariamente se interpretar. Pois em toda compreensão e diálogo quem fala é sempre o ''lógos'', enquanto mundo, memória e liberdade. |
+ | |||
+ | |||
+ | :- [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
== 2 == | == 2 == | ||
- | :Normalmente só consideramos intérprete o leitor de obras de diferentes manifestações artísticas. No entanto, ele é uma figura muito antiga, pois já havia os intérpretes de sonhos e de sinais do destino. São os áuspices ou áugures, adivinhos do destino. Nesta ótica é importante ver o que Platão diz no diálogo ''Fedro'' sobre as manifestações da loucura (os adivinhos, possuídos por um poder estranho, eram considerados loucos, mas em sentido positivo). O importante também a perceber é a relação do intérprete com o jogo do destino também nas obras de arte, porque todo obra de arte é uma manifestação do destino. | + | :Normalmente, só consideramos intérprete o [[leitor]] de obras de diferentes manifestações artísticas. No entanto, ele é uma figura muito antiga, pois já havia os intérpretes de sonhos e de sinais do destino. São os áuspices ou áugures, adivinhos do [[destino]]. Nesta ótica é importante ver o que Platão diz no diálogo ''Fedro'' sobre as manifestações da [[loucura]] (os adivinhos, possuídos por um poder estranho, eram considerados loucos, mas em sentido positivo). O importante também a perceber é a relação do intérprete com o jogo do destino também nas obras de arte, porque todo obra de arte é uma manifestação do destino. |
+ | |||
+ | |||
+ | :- [[Manuel Antônio de Castro]] |
Edição atual tal como 17h37min de 22 de março de 2009
1
- A obra nos pro-põe um saber e um não-saber, um limite e um ilimitado, um corpo como disputa de terra e mundo. O intérprete parte do saber, do todo da obra enquanto estrutura da obra em rede. Mas não pode ficar aí, deve articular o saber com o não-saber porque a obra não é um objeto, um utensílio. Na interpretação compreensiva e dialogal, o intérprete ao interpretar deve necessariamente se interpretar. Pois em toda compreensão e diálogo quem fala é sempre o lógos, enquanto mundo, memória e liberdade.
2
- Normalmente, só consideramos intérprete o leitor de obras de diferentes manifestações artísticas. No entanto, ele é uma figura muito antiga, pois já havia os intérpretes de sonhos e de sinais do destino. São os áuspices ou áugures, adivinhos do destino. Nesta ótica é importante ver o que Platão diz no diálogo Fedro sobre as manifestações da loucura (os adivinhos, possuídos por um poder estranho, eram considerados loucos, mas em sentido positivo). O importante também a perceber é a relação do intérprete com o jogo do destino também nas obras de arte, porque todo obra de arte é uma manifestação do destino.