Não-deus

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "A [[verdade]] para ter o [[poder]] operante em cada [[sistema]] e não se esgotar em cada um deles só pode ser a [[não-verdade]]. Assim como o [[Deus]] que concede [[realidade]] à [[legitimidade]] e veracidade de cada [[religião]] e [[funda]] cada [[fé]] e a [[fé]] de cada um só pode [[ser]] o [[Não-deus]]. Este, por [[ser]] “Não-”, é inominável como o [[silêncio]] e a [[sabedoria]]. A Ele só cabe o nome do não-conhecer, do não-nomear, do não-ver: [[mistério]] vivo e pulsante, [[nada]] e [[fonte]] de [[tudo]].
: Um tal [[mistério]] [[sempre]] adveio na [[não-verdade]] de todas as grandes [[obras]] [[poético]]-[[sagradas]]. Impulsionados pelo [[apelo]] inominável da [[não-verdade]], todos os grandes [[poetas]] [[sempre]] responderam e corresponderam com suas [[obras]] – desajeitada e incompleta [[resposta]] – à manifestação [[concreta]] da ''[[poiesis]]'' como [[não-verdade]]. E nisso e por isso todas as grandes [[obras]], sejam dos [[poetas]], sejam dos que receberam o [[apelo]] de anúncio do [[mistério]], proclamam a [[verdade]] da [[não-verdade]]" (1).
: Um tal [[mistério]] [[sempre]] adveio na [[não-verdade]] de todas as grandes [[obras]] [[poético]]-[[sagradas]]. Impulsionados pelo [[apelo]] inominável da [[não-verdade]], todos os grandes [[poetas]] [[sempre]] responderam e corresponderam com suas [[obras]] – desajeitada e incompleta [[resposta]] – à manifestação [[concreta]] da ''[[poiesis]]'' como [[não-verdade]]. E nisso e por isso todas as grandes [[obras]], sejam dos [[poetas]], sejam dos que receberam o [[apelo]] de anúncio do [[mistério]], proclamam a [[verdade]] da [[não-verdade]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: ''Confraria'' - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 20.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio.''' "As três [[pragas]] do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 20.'''

Edição atual tal como 19h08min de 6 de janeiro de 2025

1

"A verdade para ter o poder operante em cada sistema e não se esgotar em cada um deles só pode ser a não-verdade. Assim como o Deus que concede realidade à legitimidade e veracidade de cada religião e funda cada e a de cada um só pode ser o Não-deus. Este, por ser “Não-”, é inominável como o silêncio e a sabedoria. A Ele só cabe o nome do não-conhecer, do não-nomear, do não-ver: mistério vivo e pulsante, nada e fonte de tudo.
Um tal mistério sempre adveio na não-verdade de todas as grandes obras poético-sagradas. Impulsionados pelo apelo inominável da não-verdade, todos os grandes poetas sempre responderam e corresponderam com suas obras – desajeitada e incompleta resposta – à manifestação concreta da poiesis como não-verdade. E nisso e por isso todas as grandes obras, sejam dos poetas, sejam dos que receberam o apelo de anúncio do mistério, proclamam a verdade da não-verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio. "As três pragas do século XXI". In: Confraria - 2 anos. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2007, p. 20.
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