Bruxa

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Com o surgimento do [[Cristianismo]] e a proclamação de um único [[Deus]], surgiu um debate intenso e até agressivo e violento para com aqueles que acreditavam nos [[Deuses]]. Contrariando todos os preceitos evangélicos, praticou-se uma violência e intolerância tão grande que os seguidores dos [[Deuses]] tiveram de refugiar-se nas aldeias distantes localizadas nos campos. Ora, em latim, a aldeia se denominava: ''pago'', ''pagonis''. Daí adveio a denominação: [[pagão]].
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: Nesta mesma linha de violência e intolerância, qualquer [[mulher]] que fosse dedicada à prática [[religiosa]] não cristã passou a ser denominada ''[[bruxa]]''. E com o tempo foram também expulsas e mortas. São conhecidas as famosas caças às [[bruxas]]. É que elas simplesmente eram portadoras de um [[poder]] [[religioso]] diferente do cristão. Mas não era [[sagrado]]? Claro que acontecia necessariamente no amplo âmbito [[essencial]] do [[sagrado]].  
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: Nesta mesma linha de violência e intolerância, qualquer [[mulher]] que fosse dedicada à prática [[religiosa]] não cristã passou a ser denominada ''[[bruxa]]''. E com o tempo foram também expulsas e mortas. São conhecidas as famosas caças às bruxas. É que elas simplesmente eram portadoras de um [[poder]] [[religioso]] diferente do cristão. Mas não era [[sagrado]]? Claro que acontecia necessariamente no amplo âmbito [[essencial]] do [[sagrado]].  
: O leitor interessado procure ver o [[filme]] ''Alexandria'', 2009, direção de Alejandro Amenábar. No [[filme]], a filósofa e cientista Hipátia, porque não quis se converter ao [[Cristianismo]], foi acusada de [[Bruxaria]] e morta. Hipátia usa um [[argumento]] forte para não se [[converter]]: aceitar a [[fé]] é não [[poder]] mais [[questionar]]. E toda a sua atividade [[intelectual]] pressupunha o [[questionar]].
: O leitor interessado procure ver o [[filme]] ''Alexandria'', 2009, direção de Alejandro Amenábar. No [[filme]], a filósofa e cientista Hipátia, porque não quis se converter ao [[Cristianismo]], foi acusada de [[Bruxaria]] e morta. Hipátia usa um [[argumento]] forte para não se [[converter]]: aceitar a [[fé]] é não [[poder]] mais [[questionar]]. E toda a sua atividade [[intelectual]] pressupunha o [[questionar]].

Edição de 21h36min de 18 de janeiro de 2025

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Com o surgimento do Cristianismo e a proclamação de um único Deus, surgiu um debate intenso e até agressivo e violento para com aqueles que acreditavam nos Deuses. Contrariando todos os preceitos evangélicos, praticou-se uma violência e intolerância tão grande que os seguidores dos Deuses tiveram de refugiar-se nas aldeias distantes localizadas nos campos. Ora, em latim, a aldeia se denominava: pago, pagonis. Daí adveio a denominação: pagão.
Nesta mesma linha de violência e intolerância, qualquer mulher que fosse dedicada à prática religiosa não cristã passou a ser denominada bruxa. E com o tempo foram também expulsas e mortas. São conhecidas as famosas caças às bruxas. É que elas simplesmente eram portadoras de um poder religioso diferente do cristão. Mas não era sagrado? Claro que acontecia necessariamente no amplo âmbito essencial do sagrado.
O leitor interessado procure ver o filme Alexandria, 2009, direção de Alejandro Amenábar. No filme, a filósofa e cientista Hipátia, porque não quis se converter ao Cristianismo, foi acusada de Bruxaria e morta. Hipátia usa um argumento forte para não se converter: aceitar a é não poder mais questionar. E toda a sua atividade intelectual pressupunha o questionar.


- Manuel Antônio de Castro.
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