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Edição de 22h29min de 3 de Agosto de 2019
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- "Contudo, a concepção mítica fundada na identidade (ipseidade) e diferença (alteridade) só se compreende enquanto génos. A possibilidade de alguém ser ele-mesmo e ao mesmo tempo outro-que-não-ele não ocorre no plano de uma natureza pessoal, mas na natureza do génos, enquanto “expressão em que momentaneamente se manifesta o ser do Fundamento-Genitor, isto é, a natureza Fundamental do génos” (Torrano: 1992, 78) (1). A tradução desta palavra por raça, estirpe ou família, embora correta, não apreende o seu significado essencial. Génos deriva de gignomai (nascer, devir). O génos comum a um grupo de indivíduos marca a comunhão de uma natureza por nascimento, formando uma comunidade. Essa natureza é que os constitui mais do que outro fator qualquer. O indivíduo vale e se define pelo seu génos, de tal maneira que “todas as ações, decisões, falhas e êxitos do indivíduo têm fonte não na individualidade dele, mas nessa natureza supra-individual que caracteriza o génos” (Torrano: 1992,78)(2) "(3).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 166.