Indiscernível
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :(1) ROSA, João Guimarães. ''Primeiras estórias''. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 71. | + | : (1) ROSA, João Guimarães. ''Primeiras estórias''. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 71. |
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+ | : "Só os [[conceitos]] reduzem a [[realidade]] ao [[indiscernível]] porque fazem dela uma [[representação]] como [[suporte]]; são as [[máscaras]] do “[[eu]]” e de um [[amar]] [[subjetivo]]. Por isso, é que não se pode [[acolher]] a [[questão]] da [[morte]] com [[conceitos]], com [[suportes]], seja lá de que ordem for. Toda [[questão]] é o [[vigorar]] do [[discernível]] porque é o [[vigorar]] da [[realidade]]. Tal discernibilidade acontece enquanto [[poesia]] e [[pensamento]], que são [[possibilidades]] de a [[realidade]] se [[dar]]" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 247. |
Edição de 20h47min de 29 de Junho de 2018
1
- O vivente é a vida se dando em discernimento, em diferença, sendo irrepetível, como o vigorar do amor. Já o nosso poeta-pensador Guimarães Rosa no conto “O espelho” afirma: “Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes” (1). Só os conceitos reduzem a realidade ao indiscernível, porque fazem dela uma representação como suporte. São as máscaras do “eu” e de uma amar subjetivo.
- Referência:
- (1) ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967, p. 71.
2
- "Só os conceitos reduzem a realidade ao indiscernível porque fazem dela uma representação como suporte; são as máscaras do “eu” e de um amar subjetivo. Por isso, é que não se pode acolher a questão da morte com conceitos, com suportes, seja lá de que ordem for. Toda questão é o vigorar do discernível porque é o vigorar da realidade. Tal discernibilidade acontece enquanto poesia e pensamento, que são possibilidades de a realidade se dar" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A gota d’água e o mar". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 247.