Necessidade

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 22h29min de 26 de janeiro de 2009 por Patricia Marouvo (Discussão | contribs)
(dif) ← Versão anterior | ver versão atual (dif) | Versão posterior → (dif)

1

"Toda necessidade é indigência". (1) Então podemos perguntar: Indigência de quê? Todo ente enquanto ente tem indigência de ser. Por isso, essencialmente, o que se é se deve necessariamente desdobrar no como é, num duplo sentido: o do ente que já é e quer ser, necessita, tem indigência de ser. Mas toda indigência do ente também é indigência do ser enquanto é ser do ente e do ser enquanto é a diferença não só do ente mas também do ser do ente, na medida em que o ser não é, pois se fosse seria ente e não ser. Isto, em termos de indigência, origina duas pro-curas: 1ª aquela ao nível do ente enquanto o como do ente; 2ª aquela ao nível do ser, como o originário permanente e inesgotável de todo ente e do ser: o não-ser. A primeira diz respeito às diferentes pro-curas que se esgotam no nível das procuras. A segunda diz respeito à pro-cura da Cura, o Ser enquanto Não-ser, Nada: indigência e necessidade originária. A indigência e a procura é o assinalar da liberdade. Por isso, há a liberdade (pseudo) ao nível da vontade. E a liberdade essencial, ao nível do Ser/Nâo-ser, da Cura.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Acerca del Evento. Buenos Aires, Editorial Almagesto, 2003, p. 45 e 52.
Ferramentas pessoais