Literatura

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Muitos são ainda os que misturam duas coisas, embora interligadas, bastante diferentes: tendem a confundir ''o que é literatura'' com ''o que se faz com a literatura''. Claro que a literatura, por [[ser]] o que é, se presta a várias [[função|funções]], o que não pode é ser reduzida a isso e muito menos justificá-la a partir disso" (1).
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: "Muitos são ainda os que misturam duas coisas, embora interligadas, bastante diferentes: tendem a confundir ''o que [[é]] [[literatura]]'' com ''o que se faz com a [[literatura]]''. Claro que a [[literatura]], por [[ser]] o que [[é]], se presta a várias [[função|funções]], o que não pode é ser reduzida a isso e muito menos justificá-la a partir disso" (1).
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:(1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético - a história literária''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 67.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético - a história literária''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 67.
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:"Literatura pode ser definida como [[formação]] porque con-figura, dá [[forma]] ao [[acontecer]] da forma, ao acontecer da [[compreensão]], ou seja, a uma mudança de foco em que o [[olhar]], a [[escuta]] seguem o acontecer de um [[aparecer]] das [[coisa|coisas]], das situações, dos carcteres, seguem o seu vir ao [[mundo]]" (1).
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:(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. ''Bildung'' e literatura. In: MEES, Leonardo e PIZZOLANTE, Romulo (orgs). ''O presente do filósofo''. Rio de Janeiro: Mauad, 2008, p. 45.
:(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. ''Bildung'' e literatura. In: MEES, Leonardo e PIZZOLANTE, Romulo (orgs). ''O presente do filósofo''. Rio de Janeiro: Mauad, 2008, p. 45.
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:(1) PAMUK, Orhan. ''A maleta de meu pai''. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, 19.
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: "Se a literatura tem algum [[poder]] - já que, antes de tudo ela promove o contato com nossas [[limitações]] -, seu [[poder]] é de descobrir [[conexões]] ali onde parece haver apenas o inacessível e a [[interdição]]. É de abrir lugar para que o [[ausente]] enfim tome [[corpo]]. A [[ficção]] traça pontes que ligam [[mundos]] incomunicáveis. Ela nos ajuda, assim, não apenas a suportar, mas a [[desejar]] o [[impossível]]. Trabalha com a ignorância, transformando-a em energia" (1).
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: (1) CASTELLO, José. Crônica: "A presença da ausência". In: ------------. "Prosa", ''O Globo'': Rio de Janeiro, 22-11-2014, p.5.
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:“[...], em literaturas não se lida com precisões científicas, e sim com imprecisões de [[caminho|caminhos]]. Estes, cuja importância está no próprio caminhar e não num possível destino de chegada” (1).
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:(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 166.

Edição atual tal como 15h17min de 11 de Outubro de 2018

1

"Muitos são ainda os que misturam duas coisas, embora interligadas, bastante diferentes: tendem a confundir o que é literatura com o que se faz com a literatura. Claro que a literatura, por ser o que é, se presta a várias funções, o que não pode é ser reduzida a isso e muito menos justificá-la a partir disso" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético - a história literária. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 67.


Ver também:
*Literário

2

"Tanto a estética como a teoria literária já devem saber, de antemão, o que é arte e o que é poesia, para então poder encontrar, tratar ou julgar certas obras, como de arte, e certos versos, como um poema. E à medida em que ignorarem tal modo de ser, será a medida em que não sabem o que fazem. É por isso que se afanam tanto com discussões sobre as muitas gêneses, a autoria e a assinatura de obras e poemas. Assim é por nos acharmos tão enleados nas tramas que as representações do saber moderno tecem em torno da vida, que temos tamanha dificuldade de nos desvencilhar de tantas respostas e pensar a experiência radical da vida, propiciada pela simplicidade de um viver originário" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 132.


3

"Literatura pode ser definida como formação porque con-figura, dá forma ao acontecer da forma, ao acontecer da compreensão, ou seja, a uma mudança de foco em que o olhar, a escuta seguem o acontecer de um aparecer das coisas, das situações, dos carcteres, seguem o seu vir ao mundo" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Bildung e literatura. In: MEES, Leonardo e PIZZOLANTE, Romulo (orgs). O presente do filósofo. Rio de Janeiro: Mauad, 2008, p. 45.

4

"Mas a literatura nunca é uma preocupação apenas nacional. O escritor que se recolhe e antes de mais nada empreende uma viagem para dentro de si mesmo haverá de descobrir ao longo dos anos a regra eterna da literatura: é preciso ter o talento de contar as próprias histórias como se fossem histórias dos outros, e contar as histórias dos outros como se fossem suas, porque isso é a literatura. Mas antes é preciso viajar pelas histórias e pelos livros de outros" (1).


Referência:
(1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Cia. das Letras, 2007, 19.

5

"Se a literatura tem algum poder - já que, antes de tudo ela promove o contato com nossas limitações -, seu poder é de descobrir conexões ali onde parece haver apenas o inacessível e a interdição. É de abrir lugar para que o ausente enfim tome corpo. A ficção traça pontes que ligam mundos incomunicáveis. Ela nos ajuda, assim, não apenas a suportar, mas a desejar o impossível. Trabalha com a ignorância, transformando-a em energia" (1).


(1) CASTELLO, José. Crônica: "A presença da ausência". In: ------------. "Prosa", O Globo: Rio de Janeiro, 22-11-2014, p.5.

6

“[...], em literaturas não se lida com precisões científicas, e sim com imprecisões de caminhos. Estes, cuja importância está no próprio caminhar e não num possível destino de chegada” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 166.