Decadência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 12h32min de 13 de Setembro de 2009 por Patricia Marouvo (Discussão | contribs)

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Muitos são os conceitos levantados e desenvolvidos na obra Ser e Tempo(1), mas há um conceito difícil e fundamental que diz respeito ao modo de ser do Da-sein (presença). Sendo assim, seguem abaixo algumas afirmações de Heidegger:
1. "Este termo não exprime qualquer avaliação negativa";
2. "Por si mesma, em seu próprio poder ser ela própria mais autêntica, a pre-sença já sempre caiu de si mesma e decaiu no mundo";
3. "Decair no mundo indica o empenho na convivência, na medida em que esta é conduzida pelo falatório, curiosidade e ambiguidade";
4. "Assim, a de-cadência da pre-sença também não pode ser apreendida como 'queda' de um 'estado original', mais puro e superior";
5. "No fenômeno de de-cadência, apresenta-se um modo existencial de ser-no-mundo";
6. "A pretensão do impessoal, de nutrir e dirigir toda 'vida' autêntica tranquiliza a pre-sença, assegurando que tudo 'está em ordem' e que todas as partes estão abertas. O ser-no-mundo de de-cadência é, em si mesmo, tanto tentador como tranquilizante";
7. "Essa tranquilidade no ser impróprio, porém, não leva à inércia e à inatividade. Ao contrário, promove 'agitações' desenfreadas. O de-cair no 'mundo' já não tem mais repouso. A tranquilidade tentadora aumenta a de-cadência";
8. "O ser-no-mundo da de-cadência, tentador e tranquilizante, é também alienante";
9. "Na de-cadência, trata-se apenas de poder-ser-no-mundo, embora no modo da impropriedade. A presença só pode decair porque nela está em jogo o ser-no-mundo, trabalhado pela compreensão e disposição";
10. "O modo de ser da abertura se forma na disposição, compreensão e discurso. O modo de ser cotidiano da abertura se caracteriza pelo falatório, curiosidade e ambiguidade".


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Parte II. Petrópolis: Vozes, 1998, pp. 236-42.
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