Angústia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(1)
Linha 1: Linha 1:
__NOTOC__
__NOTOC__
== 1 ==
== 1 ==
-
:"Na angústia - dizemos nós - 'a gente se sente estranho'. O que suscita tal [[estranheza]] e o que é por ela afetado? Não podemos dizer diante de que a gente se sente [[estranho]]. A gente se sente totalmente assim. Todas as [[coisas]] e nós mesmos afundamo-nos numa indiferença. Isto, entretanto, não no [[sentido]] de um simples desaparecer, mas em se afastando elas se voltam para nós. Este afastar-se do [[ente]] em sua totalidade, que nos assedia na angústia, nos oprime. Não resta nenhum apoio. Só resta e nos sobrevém - na fuga do ente - este 'nenhum'. A angústia manifesta o [[nada]]" (1).  
+
:"Na [[angústia]] - dizemos nós - 'a gente se sente estranho'. O que suscita tal [[estranheza]] e o que é por ela afetado? Não podemos dizer diante de que a gente se sente [[estranho]]. A gente se sente totalmente assim. Todas as [[coisas]] e nós mesmos afundamo-nos numa indiferença. Isto, entretanto, não no [[sentido]] de um simples desaparecer, mas em se afastando elas se voltam para nós. Este afastar-se do [[ente]] em sua totalidade, que nos assedia na [[angústia]], nos oprime. Não resta nenhum apoio. Só resta e nos sobrevém - na fuga do [[ente]] - este 'nenhum'. A [[angústia]] manifesta o [[nada]]" (1).  
Linha 7: Linha 7:
: (1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. ''Heidegger''. Coleção ''Os pensadores''. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39.
: (1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. ''Heidegger''. Coleção ''Os pensadores''. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39.
-
 
-
 
== 2 ==
== 2 ==

Edição de 12h27min de 12 de Setembro de 2017

1

"Na angústia - dizemos nós - 'a gente se sente estranho'. O que suscita tal estranheza e o que é por ela afetado? Não podemos dizer diante de que a gente se sente estranho. A gente se sente totalmente assim. Todas as coisas e nós mesmos afundamo-nos numa indiferença. Isto, entretanto, não no sentido de um simples desaparecer, mas em se afastando elas se voltam para nós. Este afastar-se do ente em sua totalidade, que nos assedia na angústia, nos oprime. Não resta nenhum apoio. Só resta e nos sobrevém - na fuga do ente - este 'nenhum'. A angústia manifesta o nada" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. Heidegger. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39.

2

"A angústia nos corta a palavra. Pelo fato de o ente em sua totalidade fugir e, assim, justamente, nos acossar o nada, em sua presença, emudece qualquer dicção do "é". O fato de nós procurarmos muitas vezes, na estranheza da angústia, romper o vazio silêncio com palavras sem nexo é apenas o testemunho da presença do nada. Que a angústia revela o nada é confirmado imediatamente pelo próprio homem quando a angústia se afastou. Na posse da claridade do olhar, a lembrança recente nos leva a dizer: Diante de que e por que nós nos angustiamos era "propriamente" - nada. Efetivamente: o nada mesmo - enquanto tal - estava aí" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica?". In: ------. Heidegger. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 40.